Uma onda tropical em Lisboa: o bar com 3 meses que já ganhou um prémio

Uma onda tropical em Lisboa: o bar com 3 meses que já ganhou um prémio
Mais simples no olhar, mas criativos no sabor. Os cocktails de autor do Monkey Mash, baseados na cana e no agave, chegaram à Praça da Alegria pelas mãos dos pais do conceituado Red Frog. Em três meses, já venceram um prémio em Barcelona.

O mural pintado pelo artista urbano AKA Corleone não deixa margens para dúvidas. Cores garridas e vibrantes, motivos gráficos que nos remetem para territórios com calor. Não é apenas na idade que o Monkey Mash, com apenas três meses, vai buscar a sua jovialidade. O novo bar que abriu na Praça da Alegria, em Lisboa, pretende ser isso mesmo: um espaço descontraído, mais simples, clean, moderno e leve do que o irmão mais velho, o conceituado Red Frog, que remonta ao universo dos antigos speakeasy, dos anos 20, e que é o único bar português que já integrou a lista dos World’s 50 Best Bars.

A dupla de donos é a mesma, composta por Emanuel Minez e Paulo Gomes, que nesta nova morada recusam cair no óbvio, mesmo apostando numa identidade mais descomplicada, e não descuram a criatividade na assinatura dos cocktails de autor. «Aqui, ela é menos visível [do que no Red Frog], mas está escondida no sabor», explica Minez. O resultado prova-se nas 24 propostas que compõem a carta. O principal foco do Monkey Mash são os destilados com base na cana e no agave – casos da chachaça, do rum, da tequila e do mezcal, mas também existe algum espaço para a presença de outras espirituosas, como whiskies japoneses, gins asiáticos, além de referências de pisco e sake.

Na carta, os cocktails com assinatura estão organizados por temas. Existe a seleção dos mais frescos e cítricos, outra com sugestões mais doces e frutadas, uma terceira assente em propostas mais «perigosas» – que segundo Paulo Gomes, o head bartender do espaço, são os mais «fora da caixa», e ainda um quarto capítulo com cocktails mais quentes, «perfeitos para os finais de noite, com alguns apontamentos de chocolate e café, por exemplo», conta o proprietário e bartender.

O Savage Damage, cítrico e frutado. (Fotografias: Jorge Simão/DR)

Há 24 cocktails de autor para provar no Monkey Mash.

Ainda que menos experimental e exuberante do que o irmão Red Frog, o Monkey Mash também brinca com a reinvenção dos clássicos. Dois exemplos são o Savage Damage (9,50€), um cocktail veranil ideal para quem gosta de bebidas cítricas e frutadas. «É uma desconstrução de um taco árabe» e uma espécie de Margarita reinventada. Junta tequila, licor Dry Curaçao e um molho de salsa verde composto por coentros, manjericão, ananás e chillis. No rebordo do copo, uma mistura de especiarias za’atar e ananás desidratado por cima, ou não fosse esta uma casa que aposta na sustentabilidade e no reaproveitamento de sobras.

É também na reinterpretação que Gomes se inspirou para o Like a Bird in The Jungle (11€). Na prática, nasceu da união entre dois clássicos, um Negroni e um Jungle Bird. «É um Negroni que sai da sua zona de conforto e se solta na selva», explica o head bartender. No copo, mistura tequila, vermute e uma infusão de casca de café que lhe dá umas notas de rosa. No topo, é decorado de forma original, com chips de coco e de chutney de manga.

O Batucada no Leblon está presente desde o primeiro dia na carta e junta cachaça, pisco, menta e morango (9€), enquanto o Agave + Bell Pepper mistura tequila e pimento fumado (10,50€). Para além de duas propostas sem álcool, o Monkey Mash tem algumas opções modern mash, isto é, bebidas que não levam qualquer produto fresco, como frutas ou ervas. «É um contrassenso», ri-se Paulo Gomes, que aqui aposta na alternativa em relação à restante carta. «O mundo dos cocktails pode e deve ir além daquilo que as pessoas estão à espera», frisa o bartender. Outro exemplo disso é o Modern Mash Rabo de Galo, uma desconstrução do clássico brasileiro, que aqui é clarificado e surge 100% translúcido, parecendo um simples copo de água.

O novo bar da Praça da Alegria assenta nos destilados de cana e do agave.

O ambiente é descontraído e transporta-nos para territórios tropicais.

Estas e outras propostas podem ser saboreadas no número 66 da Praça da Alegria. O bar ocupa o antigo espaço do Fontória, mas, ao contrário do antecessor, consegue livrar-se do ambiente de cave, com as suas cores vivas e fachadas espelhadas. Em breve, haverá alguns petiscos e finger food para acompanhar os cocktails. Os mesmos que acabam de vencer um prémio, com apenas três meses de porta aberta. O Monkey Mash venceu o galardão para Melhor Abertura de 2019 nos prémios ibéricos Coaster Awards, entregues recentemente numa cerimónia em Barcelona.

Emanuel Minez e Paulo Gomes: depois do Red Frog, a dupla abriu o Monkey Mash.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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