Com a abertura da Letraria Downtown na Baixa do Porto, são agora sete os bares da marca de cerveja artesanal de Vila Verde, a Letra, uma das mais antigas do panorama nacional. Nascida em 2013, percebeu cedo o desafio que seria desbravar um mercado praticamente inexistente e dominado por grandes cervejeiras.
Em conversa com a Evasões, Filipe Macieira, cofundador da Letra, com Francisco Pereira, e responsável pelo marketing, diz que à medida que se foram apercebendo da dinâmica do mercado, decidiram apostar em espaços próprios. “As grandes marcas conseguem oferecer aos clientes muito mais do que nós. Temos grande dificuldade de criar pontos de venda que se mantenham fiéis à marca.”
Assim, para crescerem de forma sustentável, precisavam de ter espaços próprios. Tudo começou com o brewpub, na fábrica em Vila Verde, em 2015. E este deu mote aos seguintes. “Queríamos espaços que recriassem a filosofia da marca, que passa por explicar o que é a cerveja artesanal e quais os seus estilos. Foi essa a estratégia encontrada para chegar com a máxima qualidade ao consumidor.” O crescimento tem sido “positivo” e os bares “resultam melhor em grandes centros urbanos ou locais com grande afluência turística”, como é o caso da Letraria em Óbidos, que “está a superar as expectativas”. Para um turista “é ouro sobre azul ter acesso a cerveja artesanal pelo mesmo preço que pagam por cerveja industrial no seu país”.
Depois de Vila Verde, chegou a Letraria Garden no Porto (2017), seguindo-se Braga (2019), Ponte de Lima (2021), Viana do Castelo (2023) e Óbidos (2024). A mais recente é a Porto Downtown, que quer aproveitar a movida à volta do Largo Alberto Pimentel, que está em crescimento no que toca a projetos de restauração. Aqui, pode captar mais turistas, mas a ideia é mesmo que esta substitua o espaço na Rua da Alegria, que terá de fechar em 2026 por cessação do contrato de arrendamento.
“Este novo espaço tem vantagens. Na sala interior há 100 lugares sentados e o pátio dá para 30 clientes.” Como já tinha funcionado como restaurante, a cozinha da nova Letraria “é a melhor de todas as casas”. Assim, voltam a servir francesinha, que tinha saído da carta da Letraria Garden “por questões logísticas”. Com um molho à moda do Minho, mais cremoso e adocicado. As sugestões de hambúrgueres são também mais alargadas e há um prato de naco de alcatra. A aposta, em termos culturais e de animação, passará pela música ao vivo, sobretudo jazz, noites de quiz e de jogos de tabuleiro. Tudo acompanhado por uma das 22 cervejas à pressão (todas as Letra e outras marcas) ou por dezenas referências em garrafa e lata.
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