Garrafeira da Praça: no Beato, aposta-se em vinhos que espelham o seu lugar

Olavo Silva Rosa, Garrafeira da Praça. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
Dentro da Praça, novo mercado do Beato, em Lisboa, a Garrafeira soma 300 vinhos de dez países, organizados por tipo de solo. O foco está nas produções naturais, biológicas e biodinâmicas, que conseguem “engarrafar a paisagem” que os viu nascer.

Pelas prateleiras, convivem 300 referências de pequenas produções artesanais, num catálogo que soma dez países, de Portugal até à Geórgia, para provar a copo ou comprar em garrafa, com preços democráticos – vão dos seis aos 300 euros. Na Garrafeira da Praça, novo espaço do Beato que junta bar, queijaria, charcutaria, mercearia, padaria e azeites, marca-se a diferença ao organizar-se os vinhos não pelas habituais região, mas sim por tipos de solo: granito, basalto, calcário e xisto.

“É muito mais interessante tentar encontrar um denominador comum, provar o que os outros fazem, estabelecer comparações mais justas. Debaixo do chapéu de um tipo de solo, encaixamos países diferentes e regiões de países diferentes”, explica Olavo Silva Rosa, curador da Garrafeira, assente num mezanino intimista.

Na Garrafeira da Praça, no Beato, as referências vínicas organizam-se não por regiões, mas sim por tipos de solo. (Fotografias de Leonardo Negrão/GI)

Olavo Silva Rosa é o responsável e curador da Garrafeira da Praça.

A aposta da casa são vinhos naturais, biológicos ou biodinâmicos, todos de pouca intervenção, uma expressão que Olavo evita. “Às vezes, dá mais trabalho fazer um produto que seja o espelho do lugar de onde veio. Obriga-nos a intervir mais do que colocar pesticida na vinha, uma vez por ano, ou escolher uma levedura de laboratório”, explica o lisboeta de 33 anos, formado em Hotelaria, e que desenvolveu a paixão pelo vinho há uma década, quando trabalhou como cozinheiro no restaurante Claro, de Vítor Claro, na mesma altura em que o chef iniciava a sua própria produção de vinho.

“Interessa-me trabalhar com vinhos que gosto e que expressem a identidade do lugar de onde vieram. Acredito muito na ideia de que podemos engarrafar a paisagem”, adianta. Para tal, o palco é dado aos pequenos produtores, com poucos hectares de vinha cada. “A partir de uma certa dimensão, é difícil fazermos coisas únicas. Dois hectares de vinha cabem em vinte barricas, mais ou menos, que o mesmo indivíduo consegue ouvir, provar, cheirar. Quando se tem 200 barricas, é impossível. Este é o maior interesse dos pequenos projetos”, remata.

Há cerca de três centenas de referências vínicas, para provar ou comprar e levar para casa.

A Garrafeira situa-se num mezanino dentro da Praça, recente mercado do Beato.

Provas na Garrafeira

Além de local para beber um copo ou comprar uma garrafa, o espaço acolhe a iniciativa semanal “Sexta-feira Abro Eu”, onde um convidado (produtor, sommelier, enólogo, etc) a abrir uma garrafa Magnum (1.5L) e contar histórias sobre a mesma. Esta e outras provas (por regiões, por solos ou personalizadas) reservam-se no site da Praça.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend