Vila Real, início da década de 1990. Francisco Montenegro entrava por esta altura no curso de enologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Era o princípio de um percurso que já se adivinhava durante a juventude, passada na Régua. “O meu avô tratava de vinhas e eu passava as férias a trabalhar com ele. Ganhei-lhe o gosto”, conta.
Nas últimas três décadas, Francisco trabalhou com produtores do Douro, Vinhos Verdes e outras regiões vitivinícolas do país, e pelo caminho foi recolhendo uma admiração por diferentes castas. “Não sou fundamentalista. O meu objetivo é fazer vinhos com a melhor qualidade possível, seja com uvas da região do Douro seja com uvas de outras regiões, ou até estrangeiras”, admite.
A Real Companhia Velha foi uma escola que não esquece. Mas o desejo de ter uma marca própria fê-lo sair da zona de conforto, ao fim de 10 anos, para se dedicar ao Aneto Wines, um projeto familiar que nasceu em 2001, com três hectares de vinha na foz do rio Tua.
O percurso como produtor teve alguns sobressaltos pelo caminho, como a tempestade de 2014 que provocou uma grande perda na vinha de pinot noir. “Nesse ano não fizemos vinho de mesa, e decidi tentar usar as uvas remanescentes para fazer espumante. Foi uma primeira aposta que correu muito bem”, conta. À semelhança dos restantes vinhos que Francisco cria no Aneto – brancos, tintos, rosés e colheitas tardias -, os espumantes também seguem uma linha de minimalismo: “as castas certas nos locais certos, com muito pouco trabalho de adega. O resultado da fermentação é o que nos vai dar um melhor ou um menos bom vinho”, remata o enólogo.
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