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Crítica de Fernando Melo: dez vinhos com “pedigree”

O crítico Fernando Melo sugere 10 com "pedigree". (Fotografia: Markus Spiske/Pexels)

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Há uma parafernália tal de marcas e estilos no mercado que quase nos esquecemos daqueles a quem devemos a construção da própria história do vinho moderno em Portugal. Pioneiros, visionários, enólogos e empresários que sabe bem revisitar. Ao mesmo tempo, assistimos a uma atitude singular centrada no património clássico que de certa forma está a refundá-lo e a recondicioná-lo, numa abordagem de futuro alicerçado no passado. E surgem ofertas das casas mais clássicas que mostram em toada de novidade castas quase desconhecidas ou de que nos esquecemos. No fundo, todo um movimento que visa elevar o vinho português a novos patamares. A selecção que lhe propomos tem surpresas, novidade e sobretudo diversidade. Os tempos que temos vivido não têm sido os mais favoráveis, mas graças ao talento daqueles que continuam a viver intensamente o vinho dando tudo de que dispõem permanecemos no conforto da qualidade. Boas provas!

 

# Quinta do Côtto Grande Escolha Douro tinto 2017 (14%) | Montez Champalimaud
Classificação Evasões: 18
Touriga Nacional (62%) e Vinhas Velhas (38%). Uvas provenientes de três parcelas seleccionadas da quinta. Fermentação em inox, estágio de 15 meses em barricas de segundo e terceiro ano de carvalho francês. Nenhum alinhamento patrimonial duriense está completo sem esta grande marca, que hoje conhece o melhor tratamento enológico de sempre. Muito fino e elegante.
Preço: 55 euros

 

# Dona Maria Grande Reserva Alentejo tinto 2015 (14,5%) | Júlio Bastos
Classificação Evasões: 19
Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Petit Verdot e Syrah. Fermentação em lagares de mármore, estágio de um ano em barricas novas de carvalho francês. Devemos a este produtor a coerência e resiliência que sabiamente a enologia
e o perfil reflectem. O Alicante Bouschet é particularmente expressivo, um dos porta-estandartes da casta. Força, tensão e rigor, próximo da perfeição.
Preço: 32 euros

 

# Redondo Alentejo tinto 2019 (14%) | Casa Relvas
Classificação Evasões: 17
Aragonez, Trincadeira e Castelão. No coração dos vinhedos DOC Redondo, sopé da Serra d’Ossa, terroir de altitudes pronunciadas, a conseguir frescura única, o produtor entendeu em boa hora homenagear a sua região com um vinho de talante clássico, evocativo dos tempos de outrora. Nasceu para a mesa petisqueira e gosta dos pratos de tacho da grande tradição portuguesa.
Preço: 9 euros

 

# CH by Chocapalha Lisboa tinto 2018 (15%) | Soc. Agr. Mimosas
Classificação Evasões: 16,5
Este vinho é produzido de uvas provenientes de uma única parcela com 1,45 hectares de Touriga Nacional, resultante da enxertia com garfos vindos da Estação Vitivinícola de Nelas. Coexiste com as vinhas da propriedade, mas distingue-se pelo perfil único. É também um tributo às raízes Suíças de Alice Tavares da Silva, que CH representa. Poderoso, cítrico e muito floral.
Preço: 32 euros

 

# Villa Alvor Negra Mole Algarve tinto 2019 | Aveleda
Classificação Evasões: 17,5
100% Negra Mole. A brilhante equipa de enologia da Aveleda rapidamente recondicionou as vinhas e modernizou a adega para satisfazer os requisitos de vanguarda que a caracterizam. O trabalho feito na que é uma casta algarvia relativamente esquecida no passado, dá aqui os seus frutos, de forma impressionante.
Preço: 11 euros

 

# Busto Reserva Douro tinto 2017 (14,5%) | Quinta da Barca
Classificação Evasões: 17,5
Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinto Cão. Vinha com cerca de 40 anos, junto a Mesão Frio, margem direita do Douro e debruçada sobre o rio. Aprecia-se nele a frescura e tudo nele é personalidade e alma. Taninos muito finos, fresco e cítrico a crescer em tonalidades terra de trufas e cogumelos frescos. Segue ligeiro e complexo até ao final longo que mostra.
Preço: 16,50 euros

 

# Casa Ferreirinha Touriga Fêmea Douro tinto 2016 (13%) | Sogrape
Classificação Evasões: 18
100% Touriga Fêmea, uvas da Quinta do Seixo. Fermentação em inox, estágio de dois anos em barricas novas de carvalho francês. Este vinho representa muito do ADN da casa, que tantas alegrias e glórias nos tem dado, de que é bom exemplo a recuperação de uma casta que tem expressão nacional inferior a 40 hectares. Taninos de filigrana, elegância insuperável e longevidade
Preço: 62,50 euros

 

# Cartuxa Reserva Alentejo tinto 2016 (14,5%) | Adega Cartuxa
Classificação Evasões: 18
Alicante Bouschet e Aragonez, solos graníticos, vinhas mais velhas da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora. Fermentação por casta em inox, estágio de 15 meses em barricas novas de carvalho francês. Excelentes tensão e precisão, a prova é de grande equilíbrio. Evoca a boémia requintada e é um clássico incontornável a que a casa faz inteira e boa justiça.
Preço: 50 euros

 

# Esporão Reserva tinto 2017 (14,5%) | Esporão
Classificação Evasões: 18,5
Aragonez, Trincadeira, Cabernet Sauvignon, Alicante Bouschet. Sonho conjunto de dois grandes visionários, Joaquim Bandeira e José Roquette, esta é a marca que desde a colheita de 1985 marca o ritmo do vinho alentejano moderno, e poucos anos volvidos passou para o controlo apenas do segundo. Hoje praticamente toda a produção da casa está em modo biológico e é estimulante acompanhar a toada inovadora da casa.
Preço: 15 euros

 

# Fiuza 3 Castas Reserva Tejo tinto 2018 (13,5%) | Fiuza & Bright
Classificação Evasões: 17
Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Sousão. Estagiou 6 meses em barricas usadas de carvalho francês. A casa tem mostrado ao longo da sua existência a boa expressividade que as castas estrangeiras e respectivos blends com castas portugueses conseguem nos terroirs do Tejo. Trabalho consolidado e muito do gosto dos portugueses.
Preço: 6 euros