Após cinco anos a servir cocktails democráticos, o bar Meridians & Parallels criou uma carta de cocktails de autor. “A clientela está mais conhecedora e quer bebidas de um segmento premium”, conta André Martins, proprietário do bar e autor da nova carta. Esta, contudo, não vai alterar a democraticidade da casa.
No quadro exposto na parede ao lado do balcão continuam a aparecer as sugestões de vários cocktails a 7 euros, incluindo o “best seller” da casa Tony Danza. Isto além de mais de mil receitas que os bartenders da casa podem preparar na hora. Mas André quis dar resposta a uma procura cada vez maior de outros perfis. O conceito da casa mantém-se: viajar à volta do mundo através de um cocktail. “Podemos começar na América Central, passar pelas Ilhas Britânicas, voar para África e para a Oceania”, conta. Isto tudo a condizer com a própria clientela, multicultural. “Temos muitos clientes locais, parte deles estrangeiros a viver cá. Eles trouxeram diferentes hábitos de consumo e frequentam o bar diariamente”, observa.

Bartender André Martins (Fotografia de Artur Machado/GI)
A carta, com oito referências, foi pensada também a partir das tendências atuais. “Está de volta a flor do sabugueiro, a baunilha, a toranja, sabores mais amargos e complexos, não tão estandardizados. Há coisas que se mantêm, como a menta ou a acidez da lima, que é intemporal. Quanto aos destilados, é a tequila que está mais em voga”, diz. E é com ela que se prepara o Muñeca, uma das novidades. A tequila remete para a América Central e a apresentação para as bonecas da cultura popular mexicana. A manga e o ananás, sabores da região, complementam o destilado. Na borda do copo, vai um “rim” de sal e pimentão doce.
- Jungle Bumble (Fotografia de Artur Machado/GI)
- La Muñeca (Fotografia de Artur Machado/GI)
Todas as bebidas da carta têm um perfil de sabor para o verão, com frescura, acidez e fruta. O Jungle Bumble, por exemplo, junta gin, agave e sumo de frutos vermelhos, referência aos exploradores ingleses do século XIX que se aventuravam nas selvas africanas. A pensar na América Latina, o bartender elaborou o Defensa y Justicia (nome de um clube de futebol argentino), com tequila Patrón Silver, Licor 43 e maracujá. Já pela Europa, o Aznavour viaja até à Riviera Francesa, com vodka, licor St. Germain, porto ruby e sumo de laranja.
Todos os cocktails são fáceis de preparar, principalmente por uma questão pragmática. “Podem entrar aqui 10 clientes e pedir ao mesmo tempo. Em cinco minutos, todos estão servidos”, refere.
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