Em Ponte de Lima há um bar onde se bebe sob guarda-chuvas

Os guarda-chuvas que ali se faziam são agora a visão que recebe quem vai tomar um gin ou uma cerveja a esta varanda sobre a Rampinha. E a Celeste, antiga operária, tornou-se a imagem de marca do Chusso Bar.

O Chusso Bar fica no primeiro piso de uma casa antiga, com paredes de granito, na esquina da Rampinha – como é conhecida na vila a Rua Formosa – com a Rua Nossa Senhora das Neves, a zona onde tem crescido a movida noturna de Ponte de Lima.

Quando lá se entra, sente-se o alívio do ar fresco que entra pelas janelas altas, fazendo do espaço uma varanda sobre a rua. E prendem-se os olhos na graça da decoração, que honra o passado da casa onde funcionou, até aos anos de 1980, uma fábrica de guarda-chuvas, guarda-sóis e sombrinhas, alguns deles suspensos no teto, a funcionar como quebra-luz.

Faziam parte do espólio da antiga fábrica limiana José Lopes Martins, que Flávio Mimoso preservou quando abriu o bar, há cinco anos. Os antigos objetos da fábrica tornaram-se a base da decoração e a mais antiga funcionária, Celeste, a inspiração para a boneca com guarda-chuva que compõe o logótipo do bar.

Ali funcionou, até aos anos 1980, uma fábrica de guarda-chuvas

Flávio, que deixou a engenharia civil para abrir o Chusso, pendurou na parede uma ampliação do cartaz publicitário da antiga fábrica, onde se lê um delicioso texto elencando as virtudes dos guarda-sóis e sombrinhas ali executados: «Além de elegância, de perfeição, do bom acabamento e da durabilidade, não receiam confrontos, no tempo e resistência.»

Além das sombrinhas de tecidos rètro a colorir as luzes do teto, há bengalas de guarda-chuva na parede e vários móveis antigos, entre os quais uma máquina de costura. No balcão de tampa de vidro, que também já ali estava, podem ver-se as ferramentas com que se costuravam os guarda-chuvas, como carrinhos de linhas e tesouras, e ainda varetas.

«As coisas estavam todas aqui, da máquina de costura aos quadros», conta Flávio, que, natural dali e oriundo de uma família ligada a negócios de comer e beber, nos quais sempre ajudou, sentiu que em Ponte de Lima «fazia falta um espaço diferente».

Na carta, além do habitual, há cocktails, gin e cerveja artesanal. Pela mesa de mistura do Chusso, passam DJ e, de vez em quando, acontecem ali concertos de bandas. E das janelas abertas para a rua, pode assistir-se com privilégio panorâmico aos concertos que os bares da Rampinha organizam, numa agenda cooperativa, ao longo do verão.

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