Foram pioneiros na venda e divulgação da cerveja artesanal portuguesa, movimento que apareceu por cá há pouco mais de uma dezena de anos. “Contavam-se pelos dedos das mãos os projetos de cerveja artesanal naquela altura”, lembra Ricardo Queirós, fundador, com Bia Afonso, do Catraio Craft Beer Shop & Bar.
Em Lisboa, tinha aberto uns meses antes a Cerveteca, e o projeto portuense foi logo bem recebido, até porque muitas marcas estavam a nascer no Norte. “Na altura, convidámos toda a gente a entrar porque não havia um filtro. A partir daí, começámos a evoluir com os próprios cervejeiros.” Os produtores que vendiam as suas bebidas de forma esporádica em feiras ou em cafés da localidade tiveram, conta Bia, “de se começar a profissionalizar”. Porque num bar como este tinham de ter produtos com consistência – “não dava para termos um lote bom e outro mau do mesmo produtor”.
- (Fotografia de Leonel de Castro)
- (Fotografia de Leonel de Castro)
Ricardo lembra que “havia muita gente com paixão por fazer cerveja e que começou por escacar pedra porque não havia muita informação; nós acabámos por servir de barómetro para estes cervejeiros. Houve alguns que subsistiram, outros que triunfaram, outros que não”. Bia acredita que o Catraio abriu na melhor altura, não no que toca à qualidade da cerveja, mas porque “foi uma aprendizagem incrível em conjunto”. Hoje, são raros os erros que cometem. “Era inconcebível termos agora cervejas contaminadas, como acontecia.”
Além de crescerem com os produtores, ajudaram a criar o público da cerveja artesanal. “Nós e o nosso staff somos padrinhos na evolução do palato de um número incontável de pessoas, o que é fascinante. Quando entra aqui alguém pela primeira vez e percebemos que está na dúvida, temos de lhe dar mais atenção, dar-lhe várias provas para perceber qual é o seu perfil, se gosta de cerveja doce ou amarga, clara ou escura, ácida, forte ou leve”. O ideal é que as pessoas descubram o seu perfil. “Se alguém me diz que não gosta de cerveja, eu digo logo que isso é impossível. Essa pessoa ainda não encontrou a cerveja certa. O espetro de sabores é grande. Por exemplo, estão na moda as ‘smoothie sours’. Há pessoas que dizem não gostar de cerveja mas gostam destas; então, gostam de cerveja.”
- (Fotografia de Leonel de Castro)
- (Fotografia de Leonel de Castro)
Hoje, as cervejas portuguesas estão ao nível do que de melhor se faz no resto do mundo. E o Catraio faz parte do circuito internacional dos bares de cerveja artesanal. O ano passado, foi o primeiro e único bar português selecionado para acolher o Zwanze Day, dia em que a cervejaria belga Cantillon sai de Anderlecht e mostra a sua produção em bares de vários países, lançando uma nova cerveja nessa ocasião. Motivo de orgulho para uma casa que não pára de crescer e que no décimo aniversário festejará durante três dias, a 30 e 31 de janeiro e 1 de fevereiro, com o lançamento de bebidas feitas de propósito para a data, tradição que já vem desde o primeiro aniversário. Da Fermentage e da Passarola sai uma Double Oatmeal Stout. A Burguesa e o tanoeiro Mickael Santos fizeram uma Imperial Stout, estagiada em barrica. A terceira é uma X Pale Ale, produzida pela Sovina e pela Musa. Todas elas feitas em colaboração com a equipa Catraio.
Além destes lançamentos, haverá pop-up kitchen com as propostas de El Japa, DJ sets e outras animações. Nos dias 31 e 1 o bar estará aberto até às 2 horas.
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