Aos 60 anos, a Adega de Palmela chega ao enoturismo com provas e visitas

Adega de Palmela. (Fotografia de Leonardo Negrão/GI)
Seis décadas depois de nascer para enaltecer os vinhos locais, a Adega de Palmela estreia-se no enoturismo com visitas e provas. Para os dias quentes, há três rosés frutados, com a acidez que traz a proximidade ao mar e à Arrábida.

Há mais de seis décadas, quando a Adega de Palmela nasceu na Margem Sul do Tejo, para fortalecer um grupo de pequenos produtores, o projeto juntou 50 associados e um milhão e meio de litros de vinho produzidos ao ano. Hoje, são 300 membros, a produção anual ascende aos oito milhões de litros e o total de vinhas soma mil hectares, espalhadas pelo concelho. Um crescimento que acompanhou não só a evolução do mundo e mercado vinícolas, mas também o aumento da procura dos vinhos de Palmela, em específico.

“Ano após ano, o mercado tem crescido ao nível nacional e a região tem vindo a ganhar dimensão e quota de exportação. Perdemos o complexo de sermos pequenos e irmos lá fora promover e vender os nossos vinhos”, explica Luís Silva, gerente e enólogo da adega fundada em 1955, cargo que mantém há mais de uma década. Mas desde pequeno que este palmelense tem memórias ligadas à casa, até por estar numa família que produz vinhos há já cinco gerações seguidas.

A sala de barricas onde estagiam as colheitas da Adega de Palmela. (Fotografias de Leonardo Negrão/GI)

A adega tem agora visitas e provas de vinhos, que podem ser acompanhadas por tábuas de petiscos locais.

O ano de 2022 marca uma etapa importante, com a chegada da Adega de Palmela ao enoturismo em forças plenas, abrindo desde janeiro a sua adega para visitas guiadas e provas de vinhos, que podem ser acompanhadas por tábuas de produtos regionais, como queijos e enchidos. A oportunidade para provar algumas das cerca de 80 referências da casa – tintos, brancos, rosés, moscatéis e aguardentes -, com selos como os de Vale dos Barris, Villa Palma, Pedras Negras ou Vale de Touros. Os mesmos que só, no ano passado, conquistaram mais de 70 medalhas em concursos aquém e além-fronteiras.

No campo dos rosés, as criações assumem um “estilo frutado, com intensidade aromática e equilibrados com alguma acidez”, trazida a esta região quente pela “proximidade ao mar e proteção da Serra da Arrábida”, explica o enólogo. O Villa Palma Rosé é um Palmela DOC, com base no Castelão – a casta tinta que é rainha na zona -, tem aromas a frutos vermelhos e liga bem com peixe e marisco, pratos orientais e massas, por exemplo. Já nos Regionais da Península de Setúbal, a adega produz o Vale dos Barris Rosé e o Vinho Novo Rosé, ambos com mistura de Castelão, Syrah e Aragonês, sendo que a leveza do último o torna numa alternativa especialmente versátil, servindo como um bom aperitivo ou como acompanhante de uma refeição de peixe na grelha, aliado perfeito para os dias quentes que chegaram.

A renovada sala onde se fazem as provas de vinhos, mas também eventos variados.

Susana Madeiras, diretora-comercial; Luís Silva, enólogo; e Maria Teresa Grilo, responsável pelo enoturismo da adega.

As provas decorrem na sala de barricas, onde estagiam os vinhos da casa, pintada em tons roxo, forrada a azulejaria tradicional e adornada ora com fotografias a preto e branco das vindimas de décadas idas, ora com ferramentas do processo de vinificação de outros tempos. A restante visita passa pelas várias etapas da produção de vinho, da zona de receção da uva às cubas de maturação e engarrafamento, sem esquecer as duas zonas de loja e a garrafeira de arquivo, a sala que reúne o catálogo das seis décadas desta adega.

Ao ar livre, visitam-se as cubas de maturação dos vinhos da casa.

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