As mãos de um português deviam sempre cheirar uma a marisco, a outra a peixe, só assim conseguiríamos fazer a devida justiça ao mar que nos bordeja e todos os dias nos põe frescura e abundância na mesa. A cascaria a que nos entregamos sem resistência é consumida normalmente ao natural, sem mais interferências, ou ungida com a preparação Bulhão Pato, única no mundo ribeirinho. O vinho rosé tem uma palavra a dizer no processo do debulhe e prova da mariscada, por ter a grande virtude de não interferir com o sabor, complementando-o apenas.
Se é verdade que, quando à empreitada rosada do marisco se segue um peixe grelhado ou um bife, faz sentido percorrer o caminho logo de início com um branco, quando estamos fixos nos bivalves e outros crustáceos podemos e devemos seguir a vereda rosé. Há uma sensação de doçura tanto no vinho como na comida que estabelece logo uma ponte e a frescura do líquido vai exacerbar e resolver a componente proteica do sólido.
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