Há oito anos, quando quatro amigos se juntaram para dar asas à criatividade e os primeiros passos no mundo da cerveja artesanal, na zona Oeste, estavam longe de adivinhar as medalhas de prata, ouro e bronze que viriam a receber e acumular em concursos internacionais, como a London Beer Competition, os Ibeerian Awards e o USA Beer Rating. O crescimento e amadurecimento da 5 e Meio concretiza-se agora com um novo degrau, a abertura da sua primeira tap room, que acaba de abrir portas na Ericeira, a curta distância da fábrica.
No número 14 da Rua do Ericeira, no centro da vila piscatória, servem-se agora oito variedades de cerveja à pressão (desde os 2,50 euros). Nas torneiras, cabem criações mais clássicas da casa, como a imperial stout, a blonde ale e a triple ale, mas também há espaço para as linhas mais experimentalistas da 5 e Meio, como uma futura que une sabores de manga e limão, e que entram e saem em formato rotativo.
A 5 e Meio abriu a sua primeira tap room na Ericeira. (Fotos: Manuel Manso)
A produtora de cerveja artesanal nasceu há oito anos.
Os ingredientes usados nas cervejas surgem de uma curadoria cuidada, quer se fale no produto local e internacional, como o pão saloio e o cereal do Oeste, ou o piripíri, os percebes, a tinta de choco e o café Arábica de Timor Leste com torrefação local. “Experimentar é a parte divertida. É como cozinhar. É um processo complexo, mas gostamos de ir descobrindo à medida que fazemos coisas. O que é essencial é estudar, ser disciplinado e consistente”, explica Teófilo Oliveira, que deixou o ramo da consultoria para se tornar master brewer da 5 e Meio, que conta ainda com Luís Pereira, Ana Dias e Andreia Silva na equipa.
Na tap room, há oito variedades de cerveja à pressão.
O espaço fica situado na Rua do Ericeira.
No espaço de loja da nova tap room da Ericeira, cabe ainda a linha de cervejas envelhecidas da casa, que maturam na garrafa e não em barrica, durante pelo menos dois anos, um processo ainda pouco explorado no mundo da cervejaria artesanal aquém e além-fronteiras. Com preço de garrafa a partir dos 20 euros (50cl), contam-se a Lorosae (um blend de imperial stouts que vai buscar o sabor do café Arábida e cacau), a Barleywine (evidência dos sabores de malte e caramelos, com notas de frutos secos, madeiras e especiarias) e a Doble-Doble (que junta apontamentos de alperce, canela, baunilha, frutos do bosque ou madeiras). “São cervejas trabalhosas mas com um resultado final grande. Depois, o truque é só dar tempo na garrafa. É ter paciência”, conta Teófilo. O restante trabalho da marca foca-se na criação de cervejas personalizadas e exclusivas para restaurantes e hotéis de norte a sul.
Para acompanhar as cervejas da casa, há petiscos para provar.
Andreia Silva, Teófilo Oliveira, Ana Dias e Luís Pereira formam a 5 e Meio.
Na nova tap room da 5 e Meio, que vem dar nova vida a um espaço fechado há já duas décadas, servem-se petiscos para harmonizar com as criações líquidas, como sandochas de cachaço de porco (5,5 euros), os croquetes de carne fumada desfiada e queijo (4,5 euros), as bolinhas de grão e especiarias (4,5 euros), o atum com feijoca (5,5 euros) ou os gomos de batata frita temperados (2,5 euros). Propostas para provar tanto no interior da acolhedora tap room, à mesa ou ao balcão, mas também na esplanada.
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