3 sítios de visita obrigatória para os amantes de Vinho Verde

Quinta da Fonte. Fotografia: Igor Martins/Global Imagens
Em Ponte de Lima, gerações e gerações de apaixonados pelo vinho dedicaram-se a trabalhar o potencial das castas tradicionais dos Vinhos Verdes. Descubra três locais de prova desta bebida singular.

1. Adega Cooperativa de Ponte de Lima

Fotografia: Igor Martins/Global Imagens

A Adega Cooperativa limiana faz este ano 6o anos e pode dizer-se que é a alma do vinho verde desta zona do vale do Lima. Representa a união dos pequenos produtores, depois de ter passado por dificuldades, e hoje continua a ser uma das instituições vinícolas mais importantes do Norte do país, com uma capacidade para produzir 1,5 milhões de litros de vinhos.

“A cooperativa tem uma importância muito grande neste território, a começar pelo aspeto económico. Ocupamos uma área de vinha de cerca de 1500 hectares que está em constante crescimento e renovação. Depois há o papel que a adega representa em termos de combate à desertificação e à preservação do meio ambiente”, afirma Ricardo Silva, engenheiro agrónomo da instituição.

Os associados são pequenos produtores, que não fazem monocultura e que têm vinha como complemento da restante atividade agrícola. “Uma biodeversidade característica da paisagem minhota” que a própria cooperativa apoia. Sendo agricultores sem grandes meio técnicos e muitas vezes económicos cabe à adega fazer o “trabalho de campo”. Fazem aconselhamento no que diz respeito aos tratamentos da vinha, prestam formação para o uso de produtos fitofarmacêuticos, tudo sem qualquer custo para o associado. E o resultado está à vista. “Os vinhos têm vindo a melhorar a qualidade com a adaptação da vinha a melhores formas de produção e tratamento. O que se conseguiu com este trabalho da adega foi uma estabilidade na qualidade em vez da oscilação que existia”, acrescenta Ricardo Silva.

A instituição tem cerca de 2200 associados, desde produtores com meio hectare de vinha até aos maiores com 60 hectares. “Desde os que cuidam das videiras ao fim de semana até aos profissionais”, assinala o agrónomo. O controlo de qualidade está a cargo de Rita Araújo, que descreve estes vinhos com gosto: “O vinho da adega é excelente em termos de caracaterísticas sensoriais, em resultado de uma casta floral, muito citrina e com uma acidez equilibrada”.

Foi a Adega Cooperativa, onde são engarrafadas 16 mil unidades por dia, aquela que fez o primeiro vinho monoscasta loureiro. Têm um loureiro mais tradicional e outro de colheita selecionada com técnicas de maceração pelicular (que consiste em manter as películas da uva em contacto com o mosto antes de fermentação para uma maior extração de aromas) e “batonnage” (agitação do vinho periodicamente para levantar borras finas), explica a enóloga. “São técnicas que aumentam a estrutura de boca do vinho e o tornam mais complexo”, salienta Rita Araújo.

Informações:
Rua do Conde de Bertiandos, Ponte de Lima
Tel: 258909700
Web: adegapontelima.com

 

2. Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde

Foto: Igor Martins/Global Imagens

Encontrar um local para toda uma região promover e divulgar um vinho não é fácil mas a decisão acabou por ser consensual e o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde instalou-se em pleno coração da região. Quem visita este espaço na vila, fica a saber como a região se encontra dividida em nove sub-regiões: Monção/Melgaço, Lima, Cávado, Ave, Basto, Sousa, Amarante, Baião e Paiva. O centro é “um equipamento de grande qualidade com toda a história da vinha e do vinho, ao longo dos séculos, e onde é também apresentada a identidade cultural de um povo e de toda uma região e da importância que esta produção tem para a economia”, refere Victor Mendes, presidente da Câmara de Ponte de Lima.

Para além da história, são explicadas as várias castas, os produtores e a certificação. Através de um quadro interativo é possível viajar no tempo desde a ocupação romana, observando os utensílios usados ao longo dos séculos e aprendendo como eram as técnicas tradicionais.

Os mais novos, nomeadamente integrados em grupos escolares, são convidados a fazer vinho e, no final, provam o sumo de uva que espremeram. Já os maiores de idade podem fazer provas na sala onde uma vasta garrafeira contém praticamente todas as marcas e referências da região.

“O enoturismo é um dos produtos com maior incremento nos últimos anos que permite ao visitante e turista um conjunto de experiências, de vivências e uma paixão pelo território”, refere Victor Mendes. O Centro de Interpretação, instalado num imóvel classificado, a Casa Torreada dos Barbosa Aranha, em pleno Centro Histórico, contribuiu para essa dinâmica regional, contando ainda com vários parceiros, entre os quais a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.

Informações:
Rua da Fonte da Vila, 38, Ponte de Lima
Tel: 258 900 426
Web: cipvv.pt
Entrada: 3 euros (descontos para grupos e famílias), inclui prova de um vinho. Gratuito para crianças até aos 12 anos

 

3. Quinta das Fontes

Quinta da Fonte. Fotografia: Igor Martins/Global Imagens

Esta casa senhorial, que pertenceu ao poeta António Vieira Lisboa, distingue-se pelas dezenas de fontes, quedas de água, tanques e lagos. E em qualquer um desses recantos, é possível degustar a produção local da Quinta das Fontes que está a preparar-se para ser, além disso, uma unidade de turismo rural.

Para quem vai provar os seus vinhos, feitos a partir da casta loureiro, encontra o enólogo José Domingues a fazer as honras da casa. É ele que dirige e cuida de toda a produção. A Quinta das Fontes foi restaurada ao pormenor e, quem percorre os salões, os quartos e a eira, ainda intacta e original, viaja no tempo, aos finais do século XVIII, quando toda a propriedade foi começou a ser construída.

A dominar a paisagem, está a enorme casa e a vinha nova plantada em socalco, bem como uma antiga ramada. Uma mancha de 500 metros em altura e que está a alimentar a produção. “Todo este enquadramento, da ramada, dos socalcos, faz-nos abrir as portas a todos que quiserem visitar e comungar connosco deste ambiente descontraído e tranquilo”, diz o enólogo.

A vinha nova ocupa 4,5 hectares e é constituída, tal como a antiga, maioritariamente pela casta loureiro (80%). O vinhão ocupa 10 por cento deste espaço e há ainda duas parcelas de espadal, um pouco de arinto e a casta regional do cainho (7%). A quinta oferece dois trilhos ao visitante, um mais longo e outro curto, sendo que em ambos se pode fazer a degustação do vinho que dá nome à casa: Quinta das Fontes Loureiro. Ao visitante é servida uma pequena refeição, que pode ser transportada num cesto e consumida em modo piquenique junto ao lago.

Pelo caminho há animais de quinta, como cabras e ovelhas, galos, gansos, patos. O vinho esse é fresco, citrino e floral, seco, sem açúcar residual, sem gás carbónico, produzido em terras com presença de xisto pouco comum por estas paragens e influenciado pela floresta autóctone que rodeia esta quinta tipicamente minhota. Quem quiser levar vinho para casa, pode comprar garrafas ali mesmo.

Informações:
Rua das Fontes, 272, Rebordões/Souto
Tel: 919161832
Web: facebook.com/encontrodasfontes
Visita com prova: 10 euros/pessoa

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