Existem várias formas de abordar uma cidade. Pode ser através dos seus lugares históricos, do seu património cultural ou natural. Aveiro tem tudo isto, com a sua ria, os edifícios em estilo Arte Nova e a costa. Em redor do quarteirão do Rossio – bem no centro desta cidade de canais – têm surgido novidades. E é pelas suas ruas estreitas que nos lançamos.
Pode começar-se com uma panorâmica sobre elas, a partir da sobranceira Praça de República, onde se encontra a estátua de José Estevão, jornalista e político do século XIX, e ainda edifícios monumentais como o Teatro Municipal, a Igreja da Misericórdia e os Paços do Concelho. Daí até ao Rossio são cinco minutos, passando a ria e com uma paragem antes de chegar ao destino: a Confeitaria Peixinho, a casa mais antiga de ovos-moles de Aveiro, aberta desde 1856. Já do outro lado “das pontes”, como é conhecida localmente a rotunda junto à ria, começa essa zona da cidade, que nos últimos anos se tem vindo a reinventar.
A Confeitaria Peixinho é a casa mais antiga de ovos-moles de Aveiro. Abriu em 1856.
O Zeca Aveiro (em honra do cantautor Zeca Afonso, natural da terra) é um dos espaços que melhor representa esse movimento urbano. Nesta cafetaria e loja encontram-se petiscos regionais, como ovas de bacalhau ou o tradicional licor do bairro da Beira-Mar (o Licor do Alguidar) , cuja receita foi recentemente recuperada por um jovem casal. À hora do lanche, porém, o que faz furor é o doce da casa, um sundae feito com iogurte grego, ovos moles ou compotas e granola caseira, que se pode comer na esplanada ou levar.
Outra novidade do Rossio é a loja Aveiro Emotions, que vende bacalhau seco ao sol, cosméticos à base de flor de sal, cerveja artesanal da região, como a premiada Maldita, e vinhos da Bairrada. Fica mesmo a dois passos do Mercado do Peixe, que vale a visita mesmo para quem não quer comprar peixe fresco, por ser exemplar único da arquitetura de ferro em Aveiro, construído na primeira década do século XX.
Em frente, encontra-se outro lugar que merece visita, a X & Records, pequena loja de vinis, alguns dos quais raros, na qual se pode – além de encontrar discos de edição limitada e autografados – aprender mais sobre música com Rui Miguel, que deixou uma carreira de 30 anos no ensino para se dedicar a esta paixão pelo vinil.
Outra novidade do Rossio é a loja Aveiro Emotions, que vende bacalhau, cosméticos à base de flor de sal, cerveja artesanal da região e vinhos da Bairrada.
Seguindo na rota das compras, convém conhecer outras novidades do centro de Aveiro, sendo uma delas a loja de moda e design português Cais à Porta. Para comer, há um menu de almoço a experimentar (ou então, para que, preferir, um menu de degustação ao jantar) no Armazém da Alfândega, restaurante que herdou o nome do antigo entreposto do Largo do Rossio e que tem ao comando da cozinha o chef Daniel Cardoso – que abriu, em Lisboa, o Le Moustache Smokery.
Ao almoço, há um menu mais simples de 10 euros e, ao jantar, a carta apura-se com pratos como lombo de veado com batata rústica, codorniz ou javali, embora sejam de peixe os pratos de maior brilho. Destacam-se as ostras, servidas com ovas de peixe voador e iuzo, o bacalhau com cebola com quatro texturas (uma recriação do tradicional Bacalhau à Brás), o Tataki de atum ou o Polvo BBQ. Há que experimentar o vinho da casa, de marca própria ou então a cerveja feita para o restaurante, com salicórnia e algas.
E entre um lugar e outro, pode-se ir fruindo do prazer da viagem, apreciando os grafitos na rua dos Marnotos, da autoria de Fábio Carneiro ou ainda a Ponte de Carcavelos, no canal de São Roque, conhecida por Ponte dos Namorados, pois são muitos os casais que dali apreciam a vista do pôr-do-sol sobre as salinas.
Um bom lugar para terminar o dia é o Mercado Negro, associação cultural que ocupa um edifício com mais de 200 anos em frente à ria.
E um bom lugar para terminar o dia é o Mercado Negro, uma associação cultural com vocações múltiplas que ocupa um edifício com mais de 200 anos em frente à ria. Tem um bar, um salão de jogos e uma sala de exposições e lá dentro ouve-se muita música de dança latino-americana dos anos 1950. E porque não terminar esta ronda pelo Rossio em jeito de baile?
Hotel com histórias para contar
Cada um dos oito quartos deste pequeno hotel revela alguma coisa sobre a cidade, daí ele chamar-se Histórias por Metro Quadrado. Tem, além desse, o encanto de estar rodeado pela ria, junto à zona da Beira-Mar e do Rossio. Os quartos têm nomes como Museu de Santa Joana, Costa Nova, Ovos-Moles, Marinha Grã-Caravela ou Marinha Peijota. Cada um deles foi criado pela proprietária Maria João Lincho em colaboração com a arquiteta Ana Esteves, alunos convidados Escola Superior de Artes e Design de Matosinhos, o gabinete Design Studio e a fotógrafa Helena Garcia.
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