Sete parques de campismo e glamping a Norte

Passar os dias ao ar livre e no meio da natureza é a opção de muitos para as férias de verão.

Nos últimos anos a oferta de campismo diversificou-se e muitas vezes já nem é preciso andar de tenda às costas. Alternativas como bungalows, yurts ou tipis são cada vez mais procuradas. Para todos os gostos e carteiras e com todas as comodidades. Apresentamos aqui algumas sugestões no Norte do País.

NOMAD PLANET | MONTALEGRE

“Stress free zone”, lê-se no portão da Nomad Planet. Passando-o, rapidamente se percebe que a 900 metros de altitude, tendo como cenário a Serra do Gerês, a Serra Amarela, a Barragem de Paradela e uma paleta de diferentes tons de verde que pintam as montanhas em frente, as palavras fazem sentido. Foi neste lugar de impressionante beleza, a 20 minutos de Montalegre, que Marie Marchand Afonso e Vítor Barroso Afonso decidiram assentar arraiais depois de deixarem os Alpes Suíços.

Atraídos pela natureza, chegaram a Fiães do Rio, onde Vítor tem família, para criar um projeto de eco-turismo que permitisse aos hóspedes “desligar”. O resultado são quatro yurts – tendas redondas originais da Mongólia -, que acolhem entre uma a quatro pessoas, uma casa na árvore – a Toca do Lobo -, e uma tenda tipi, que funciona como área comum onde os hóspedes podem cozinhar comodamente.

O pequeno-almoço, opcional, é preparado por Marie. Não faltam panquecas, crepes, bolos, fruta, pão de centeio da terra. As casas de banho, para descanso de muitos hóspedes, são convencionais e há chuveiros de água quente. Cada yurt, feito apenas com madeira, algodão e lã, tem uma cor diferente e os desenhos que os embelezam, representam diferentes famílias na Mongólia, de onde vieram também os móveis.

Ouvir as corujas à noite, descansar no baloiço, adormecer nas camas de redes ou apreciar o sol a pôr-se atrás das montanhas são alguns dos momentos sem preço para se ter aqui. ALS

LIMA ESCAPE | PONTE DA BARCA

Na esplanada do Lima Escape, no Parque de Campismo de Entre Ambos-os-Rios, só se ouve a música dos pássaros. E nos bungalows e tendas de glamour não existe televisão nem Internet, porque se procura ligar as pessoas ao que as rodeia. Transmitir a «beleza da natureza» a quem ali chega é a missão, explica a gerente, Anna Altshul, russa que se apaixonou por Portugal «à primeira vista».

Para ficar – os animais de estimação também são bem-vindos -, basta escolher entre o campismo tradicional, em tendas e caravanas, ou doses mais elevadas de conforto. Uma novidade deste ano é a casa do pastor, um T1 sobre rodas decorado em estilo rústico. Há ainda cinco bungalows, de tipologias T1 e T1+1, nascidos de contentores marítimos transformados; a casa de floresta, uma moradia T1+1; e quatro tendas, duas tipi e duas bell tents, que são como quartos de hotel na natureza, pelo que dão direito a pequeno-almoço levado em cesta.

O Lima Escape, que fica dentro dos limites do Parque Nacional da Peneda-Gerês, tem muitas sombras e proximidade à água, o que permite praticar atividades como canoagem ou stand up paddle. O pôr do sol no rio Lima enriquece aquele cenário verde e azul, acessível a todos, independentemente de se estar numa pequena tenda ou num bungalow no ponto mais alto do parque, que, por sinal, tem a forma de um coração. CF

PARQUE DE CAMPISMO DA QUINTA DE PENTIEIROS | PONTE DE LIMA

Inserido numa quinta integrada na área protegida das Lagoas de Bertiandos e S. Pedro de Arcos, este parque foi pensado para quem quer passar uns dias longe da confusão citadina e ter contacto com a ruralidade. Atividades como «Um Dia no Mundo Rural», onde se pode andar a cavalo, tosquiar ovelhas ou cuidar da horta, fazem parte da vida deste paraíso minhoto a cinco quilómetros de Ponte de Lima.

Para passar a noite há vários bungalows disponíveis (a zona de campismo e caravanismo ainda não voltou a funcionar), feitos em madeira, sem luxos mas confortáveis. Muito solicitada é a Casa da Árvore, construída à volta do tronco e dos ramos de um antigo carvalho. Para se conhecer os cantos à quinta basta um passeio de um par de horas, durante o qual vale a pena passar pelo estábulo para conhecer os garranos, bem como cabras bravias, galinhas amarelas, entre outros animais autóctones. A um quilómetro de distância da quinta estão os percursos pedestres à volta das lagoas de Bertiandos e São Pedro d’ Arcos. Para serem percorridos com tempo e espírito de descoberta. LM

O HOMEM VERDE | PENELA

O ponto de referência é a casa avermelhada junto à estrada nacional, na localidade de Relvas, concelho de Penela. É lá que mora O Homem Verde, um projeto de glamping de Chris Smith e Maria Ribeiro, ele britânico, ela portuguesa. O casal conheceu-se em Inglaterra, país mais familiarizado com o homem verde que dá nome ao espaço. Trata-se de uma figura que representa a primavera, o renascimento. Faz sentido, porque ali recarrega-se baterias em estreita ligação com a natureza, procurando provocar nela o mínimo impacto possível.

A residência de Chris e Maria tem um quarto com casa de banho à disposição, no sótão, mas as atenções centram-se na zona verde das traseiras, onde se erguem dois yurts (tendas típicas da Mongólia), com eletricidade e cozinha em varanda coberta. Um deles foi a morada da família, durante dois anos, enquanto decorriam obras na casa. Há ainda uma tenda moura (bell tent) com iluminação solar e estruturas de apoio onde foram instalados chuveiros e latrinas secas. O pequeno-almoço é fornecido, a pedido, por um valor extra (5 euros por pessoa, metade se for criança). Pão, compotas, cereais, sumo de laranja natural, leite e café são entregues num cesto.

Tão próximo se está do meio natural, na serra do Espinhal, que existe a possibilidade de se avistar esquilos, veados e outros animais, embora seja mais certo encontrar os gatos Branquinho e Mãe, que circulam tranquilamente entre os campistas. CF

PARQUE DE CAMPISMO DA PENHA | GUIMARÃES

É sob a densa folhagem dos grandes carvalhos, sobreiros e outras espécies arbóreas da montanha da Penha que se encontra instalado o parque, aberto ao público desde a década de 1950 e já por dois anos consecutivos distinguido com a Green Key, um galardão de turismo sustentável. Distribuído por socalcos, tem espaço para acolher confortavelmente 600 pessoas, com uma área reservada a tendas, uma outra mista, onde também se podem instalar caravanas e ainda uma casa-abrigo com todas as comodidades.

E se a sombra impera por quase todo o terreno, há um lugar onde é o sol que faz as honras. Chegou a ser um antigo campo de tiro, mas é neste pátio soalheiro que agora se vai a banhos na piscina. Em frente há um bar, com esplanada. Também funciona como mercearia, e todos os dias tem pão fresco pela manhã.

À disposição dos campistas estão ainda várias mesas em madeira, espalhadas pelo parque e que podem facilmente ser transportadas para qualquer lado, seja para partilhar uma refeição ou uma partida de sueca, envolvido pela frescura e tranquilidade da montanha, mas a dois passos da cidade. AC

QUINTA DO FIGO VERDE | ARCOS DE VALDEVEZ

É preciso tempo para apreciar toda a experiência que a Quinta do Figo Verde tem para oferecer. «Por isso é que estabelecemos as três noites de estadia mínima obrigatória, para que as pessoas realmente consigam aproveitar», explica Ben. É natural de Weymouth, no sul de Inglaterra, e foi em 2012 que se deixou encantar pelo norte de Portugal, em particular por este local à porta do Parque Nacional Peneda-Gerês.

Aqui tudo é sossego. Descansa-se junto ao pequeno lago das rãs, o banho toma-se sob as estrelas e dorme-se numa das quatro tendas Bell, espaçosas e todas decoradas com um elemento diferenciador, como um xilofone em madeira ou uma cadeira afegã. Ao chegar, os hóspedes encontram sempre uma jarra com flores e água na mesinha de cabeceira.

Pormenores de Ana Soromenho, que há dois anos deixou Lisboa para se juntar à vida e ao projeto de Ben, todo ele pensado e feito de maneira a ser o mais sustentável possível. As casas de banho secas, ou de compostagem, são exemplo disso mesmo, assim como o recurso a energia solar, a partir da qual é produzida toda a eletricidade e aquecida a água do chuveiro, que é depois usada para regar as pequenas hortas de que se podem servir os hóspedes. É também à horta que Ben vai buscar grande parte dos ingredientes para a popular Noite da Pizza, organizada a cada estadia. Por 10 euros cada hóspede pode devorar as pizzas que quiser e ainda tem direito a sobremesa, tudo preparado por Ben no forno a lenha que o pai e a irmã construíram.

A noite prolonga-se à mesa, entre conversas agradáveis e bom vinho. Resta provar os licores caseiros que Ana faz com os frutos da época. Que mais se pode querer? AC

PARQUE CERDEIRA | TERRAS DE BOURO

«O parque, inicialmente, era composto por duas quintas familiares, uma dos meus avós maternos e outra dos meus avós paternos», conta José Carlos Pires. Já nessa altura não faltava quem, atraído pela montanha e pelas condições naturais do lugar, ocupasse clandestinamente as terras. Foi em 1992 que o Parque Cerdeira abriu oficialmente portas, e é ainda hoje considerado um dos melhores parques de campismo do país, tendo já recebido várias distinções no âmbito do turismo sustentável e de natureza.

Além das zonas destinadas ao campismo e caravanismo, o parque dispõe de 12 bungalows, T1 e T2, equipados com casa de banho, cozinha, lareira e aquecimento central, já que o alojamento funciona todo o ano, e no inverno a serra faz-se severa. Se o objetivo for mesmo a aventura há que experimentar dormir no ar, numa das tendas suspensas nas árvores. Há um lugar, no entanto, onde «só se pode deitar a dormir uma sesta», lembra José. Trata-se do prado, onde ao longo de todo ano crescem mais de 30 espécies de flores, para identificar com ajuda do guia rápido disponível na receção.

Fora dos limites da propriedade há toda uma montanha para explorar, mas o próprio parque tem à disposição dos campistas uma mão cheia de coisas para fazer. Há mini-golfe, campo de jogos, tiro ao alvo, escalada, um circuito de arvorismo com slide e rapel, e ainda uma piscina. É só escolher. AC

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