Há um refúgio de natureza a 20 minutos de Lisboa

Esta quinta no sopé da serra de Sintra é um segredo bem guardado. Uma vez descoberto, é impossível ficar-lhe indiferente, graças ao seu legado histórico-cultural e à natureza. Aqui, percebe-se como é imperativo regressar às raízes, em nome da sustentabilidade dos recursos naturais.
Desde a Idade do Bronze que os terrenos da atual Quinta do Pisão têm ocupação humana, facto que se explica pelas condições privilegiadas de água e solo desta área integrada no Parque Natural de Sintra-Cascais, a sul da serra de Sintra. A quinta resultou da aglutinação de outras propriedade ao longo dos tempos, que nela exploraram vários recursos, sobretudo os agrossilvopastoris, mas também a produção de cal e de lanifícios.

Ali foi instalado também o Albergue de Mendicidade de Lisboa-Mitra, já no século XX, o que contribuiu para manter uma atividade agrícola e florestal intensiva – cereais, mel, pinho e eucaliptos – fulcral para a manutenção dos terrenos e da paisagem. Data dessa altura, aliás, o desejo do município adquirir a quinta, mas tal só aconteceu em 2007. Daí para cá, a Cascais Ambiente – empresa municipal gestora dos espaços verdes e resíduos do concelho – tomou medidas para requalificar as estruturas existentes e salvaguardar a fauna e flora do parque. As zonas de floresta e mato mediterrânico marcam a paisagem, que na parte superior se expande em zonas de pastagem e prados, e todos eles são casa e sustento de dezenas de espécies de animais (algumas ameaçadas) e até de uma comunidade de morcegos.

Partir à descoberta deste mundo torna-se convidativo seguindo os trilhos e painéis informativos, a pé, de segway, bicicleta ou a cavalo. Para ocupar as crianças, há cabras e burros mirandeses à espera de afetos e um parque infantil esculpido em troncos. Na Quinta do Pisão, aberta todo o ano, vive-se em respeito pela natureza, tudo a apenas 20 minutos de distância da cidade.

Este eucapito morreu, mas foi tornado obra de arte com a centena de gotas cravadas na madeira. (Fotografia: DR)


O eucalipto que virou obra de arte

O Eucalipto-azul-da-tasmânia secou e morreu devido à falta de água, mas rapidamente ganhou nova vida pelas mãos do artista ambiental inglês Stuart Ian Frost, no âmbito de um convite de Sofia Barros – artista reconhecida pelos projetos de ligados à natureza, ciência e educação – e da Cascais Ambiente. Para fazer a escultura “Rise and Fall”, o artista gravou centenas de gotas de água no tronco e galhos da árvore de 15 metros de altura, que lembram também lágrimas. O objetivo é sensibilizar os visitantes para as consequências das alterações climáticas e reforçar a importância da preservação do ambiente. Prova de como a natureza é resiliente são os pássaros que já começaram a fazer a sua casa no tronco e que estão a ser monitorizados por biólogos.

 

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