Passeio ao ar livre pela história do 25 de Abril na Invicta

Avenida dos Aliados, no Porto. (Fotografia de Igor Martins/Global Imagens)
Quando tocou Grândola Vila Morena na rádio, nos primeiros minutos do dia 25 de abril de 1974, os militares sabiam que tinha chegado a hora de fazer a revolução. No Porto, saíram do CICA, onde hoje funciona parte do Hospital de Santo António. Houve movimentações em toda a Baixa durante a noite e o dia, bem como nos dias de festa que se seguiram. Na Praça da República tomaram o quartel e no Bonfim libertou-se o último preso político do Estado Novo.

RUA D. MANUEL II

A SAÍDA
Onde atualmente funcionam as consultas externas do Hospital de Santo António, estava em 1974 instalado o CICA – Centro de Instrução e Condução Auto Nº1. Foi aqui que se preparou a revolução na cidade. É considerado o “quartel-general” do 25 de Abril no Porto. Depois da senha “Grândola Vila Morena”, os militares juntaram-se e daqui saíram para tomar o Quartel de Santo Ovídio, na Praça da República.

Nas imediações
Cafetaria Viriato
Nasceu há dois anos como um projeto de quatro amigas. O que era para ser uma cafetaria simples com “os melhores croissants do Porto” rapidamente se tornou num espaço abrangente, com prato do dia ao almoço e muitos petiscos e sangrias para o resto do dia. No soalheiro jardim das traseiras, renovado agora durante o confinamento, há espaço para se estar à vontade e aproveitar os dias longos com um copo e petiscos. Há também vários menus de brunch disponíveis todo o dia. Rua Alberto Aires Gouveia, 45; Tel.: 934484136; Web: facebook.com/cafetariaviriato.porto; Das 10h às 22h. Encerra ao domingo.

 

PRAÇA DA REPÚBLICA

ASSALTO PACÍFICO
O Quartel de Santo Ovídio, ou Quartel-General da Região Militar Norte, na Praça da República, era o objetivo da companhia que saiu do CICA após a Grândola tocar. Foi tomado pacificamente durante a noite. Mas nem tudo foi perfeito. Os militares pensavam que o general comandante do quartel, que deveria ser detido, não estava nas instalações. Mas afinal estava e conseguiu contactar o comandante da Polícia, que colocou as suas forças na rua. Mesmo assim, já nada parava a revolução.

Nas imediações
Livraria Utopia
Mesmo ao lado do quartel funciona uma das mais antigas livrarias independentes da cidade. Na Utopia, encontram-se livros (novos e usados) de índole política e filosófica, de história e outras ciências sociais. Mas também há poesia e ficção. Rua da Regeneração, 22; Tel.: 968352292.

Livraria Utopia. (Pedro Granadeiro / Global Imagens)

AVENIDA DOS ALIADOS

A FESTA
Aos primeiros sinais de queda do regime, os portuenses começaram a juntar-se nos Aliados. Mas antes de haver festa, ainda houve intervenção da Polícia, que começou a bater em quem se ia juntando. Tudo acalmou quando os militares chegaram à avenida e se percebeu que a revolução estava mesmo no bom caminho. A Avenida dos Aliados encheu nesse dia e ainda mais passado uma semana, quando os portuenses celebraram o primeiro 1º de Maio em liberdade.

Nas imediações
Culturgest Porto
O edifício histórico projetado para sede da Caixa Geral de Depósitos em 1924, pelo arquiteto Porfírio Pardal Monteiro, funciona há já vários anos como galeria de arte da Culturgest. As exposições de arte contemporânea dão vida ao espaço, que vale a pena visitar só por si. Cá fora, a fachada neoclássica dá lugar a um interior colorido e luminoso de art déco. No piso de baixo, pode ver-se o antigo cofre-forte do banco. Até 2 de maio está patente a exposição “Speculative Intimacy”, com dois vídeos da artista visual catalã Alicia Kopf. Avenida dos Aliados, 104; Tel.: 222098116.

Exposição “Speculative Intimacy”, da artista Alicia Kopf, na Culturgest Porto.
(Pedro Granadeiro / Global Imagens)

MUSEU MILITAR DO PORTO

Antiga PIDE na Rua do Heroísmo
Os militares que vieram do Centro de Instrução de Operações Especiais de Lamego tinham como objetivo ocupar a prisão da PIDE/DGS, na Rua do Heroísmo. Mas foi só no dia 26 que a delegação foi ocupada e o último preso político libertado. Os agentes da PIDE que lá se encontravam foram deixados em liberdade pelos militares. Atualmente, é aqui o Museu Militar.

Nas imediações
Do Arco da Belha
Susana Figueiredo e Luís Azevedo abriram a sua loja de móveis e decoração vintage em 2013 na Rua do Almada. Mas em 2018 mudaram-se para o Bonfim, zona que preferem pelo ambiente mais local. Durante algum tempo, além de funcionarem como loja, também foram winebar. Por questões de logística, isso agora não é possível.
Rua de Joaquim António de Aguiar, 256; Tel.: 914357537

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend