Parques, jardins, passadiços e trilhos para desconfinar na serra e no campo

Ecopista do Tâmega em Celorico de Basto (Fotografia: Miguel Pereira/GI)
Das ecopistas às lagoas, passando por vestígios romanos e pela preservação da vida selvagem, estas são sugestões para desconfinar longe da confusão citadina, em serras, zonas montanhosas e no campo.

# Ecopista do Tâmega | Celorico e cabeceiras de basto
Andar por onde passou o comboio

São 39 quilómetros, de piso suave e com pouco declive, para serem trilhados a pé, com ou sem patudos, de patins ou de bicicleta, aqueles que integram a Ecopista do Tâmega, projetada sobre o antigo Caminho de Ferro do Vale do Tâmega, desativado em 1990.
Une Amarante à freguesia de Arco de Baúlhe, em Cabeceiras de Basto, passando também por Celorico de Basto e, pelo caminho, permite conhecer aldeias minhotas, ver vinhedos, árvores diversas, estações desativadas e monumentos. Tudo isto, com vista para o vale do Tâmega, e o rio, que vai surgindo em certos troços. ALS

Web: portuguesetrails.com

 

Museu das Terras de Basto
Ocupa a antiga estação de caminhos de ferro de Arco de Baúlhe e, além de um centro de documentação, apresenta quatro núcleos: Núcleo Ferroviário de Arco de Baúlhe, Núcleo de Arte Sacra, Casa da Lã e Casa do Pão.

 

# Lagoas de Bertiandos | Ponte de Lima
Passadiços e uma quinta com animais

A Paisagem Protegida de Bertiandos e São Pedro d’Arcos estende-se por 346 hectares de floresta, tapadas e zonas agrícolas, banhados por lagoas que por sua vez são alimentadas pelo rio Estorãos, um afluente do Lima. Nesta zona de preservação da natureza, anfíbios, aves aquáticas e migratórias convivem numa flora autóctone de onde se destacam o carvalho, o castanheiro, o salgueiro e o amieiro. Algumas destas espécies podem ser observadas ao longo dos percursos pedestres sinalizados , de variadas extensões e durações. O ideal, antes de começar a explorar, é fazer uma visita ao Centro de Interpretação Ambiental, perto da lagoa de São Pedro de Arcos, onde se sabe mais sobre as lagoas e os seus percursos. AC

 

Quinta Pedagógica
A Quinta Pedagógica de Pentieiros, já reabriu a visitas. Neste espaço, integrado na área protegida e concebido para promover o mundo rural, pode-se andar a cavalo, tosquiar ovelhas ou cuidar da horta. Aqui também é feita a criação de raças autóctones de fauna e flora.

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# Parque Nacional Peneda-Gerês
Pelo caminho dos romanos

Existem dezenas de trilhos pelo Parque Nacional da Peneda-Gerês, com várias extensões e níveis de dificuldade, e que levam a conhecer diferentes zonas e paisagens do parque. Um dos mais belos, leva a atravessar a Mata da Albergaria, através de uma antiga Geira romana que ligava Bracara Augusta (Braga) a Astúrica Augusta (Astorga) e ao longo da qual ainda se encontram os marcos miliários. O troço entre a milha XXVIII, em Campo do Gerês, e a milha XXXIV, na fronteira da Portela do Homem (cerca de 11 quilómetros) oferece um passeio prazeroso, acompanhado pelo rio Homem, a Serra Amarela e a frescura daquele carvalhal.
Os mais aventureiros podem começar a planear fazer a GR50 – Grande Rota Peneda-Gerês, que atravessa todo o parque, desde Castro Laboreiro até Pitões das Júnias. AC

Mata da Albergaria – Via Romana (Fotografia: Cristiana Milhão/GI)

 

Mergulhos na lagoa
No final (ou início) do percurso, junto à fronteira com Espanha, ficam as cascatas da Portela do Homem, de águas cristalinas que convidam a mergulhos no verão.

 

# Parque Biológico da Serra das Meadas | Lamego
Vida selvagem protegida

Em zona montanhosa, a sete quilómetros do centro de Lamego, vivem mais de 200 animais – a maioria de espécie autóctones – neste bosque criado há mais de duas décadas com 50 hectares, grande o suficiente para desconfinar em segurança. Pelos trilhos pedestres e assinalados que somam três quilómetros, com sombras pelo caminho, avista-se de perto a vida selvagem e a preservação da biodiversidade, com gralhas, rolas, raposas, mochos galegos, javalis, papagaios, cavalos, patos, burros, pavões, corvos, águias-cobreiras, milhafres e veados. Espécies tão diferentes, mas que partilham algo em comum: estão todos no Parque Biológico da Serra das Meadas por terem vindo de centros de recuperação e por não poderem ser devolvidos à natureza. Além da companhia dos animais e do sossego, vale a pena contemplar as lagoas e o espaço de exposições. As visitas guiadas em grupo estão, para já, paradas, mas os passeios em família são possíveis. NC

 

Miradouro vizinho
A poucos metros dali, vale a pena parar o carro e visitar o Miradouro da Boa Vista, à beira-estrada. Com quase 900 metros de altitude, tem vista para os vales do Douro, pinhais e olivais.

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# Rota dos Barrocais | Monsanto
Trilhos pedestres numa das 12 aldeias históricas

Qualquer razão é boa para voltar à “Aldeia Mais Portuguesa”, título conquistado por Monsanto, perto de Idanha-a-Nova, na época do Estado Novo. A Rota dos Barrocais é uma delas, juntando um trilho de 4,5 quilómetros pelas ruelas, sobreiros seculares, ruínas e penedos graníticos tão característicos da geologia desta que é uma das 12 aldeias históricas nacionais. Numa caminhada até ao topo da aldeia, tem-se sempre a companhia das vistas panorâmicas sobre a planície raiana, com pontos de passagem como o antigo consultório de Fernando Namora e a Torre de Lucano, que ostenta um galo em prata. O castelo, obra templária do século XII e a vizinha Capela de Santa Maria, são o ponto alto, literalmente e não só.

Rota dos Barrocais – Campanário e capela de São Miguel (Fotografia: Leonardo Negrão/GI)

 

As famosas marafonas
Na Rua da Fonte Ferreira, é habitual ver-se artesãs locais sentadas na escadaria ao ar livre, a criar marafonas, as típicas bonecas de pano que nasceram na aldeia, com traje colorido e sem boca nem olhos.

 

# Quinta da Regaleira | Sintra
O jardim com grutas, lagos e um famoso poço

A Serra de Sintra não seria a mesma sem os quatro hectares da Regaleira, que têm tanto de romântico como de majestoso e misterioso, tanto entre paredes como ao ar livre. A propriedade construída entre 1904 e 1910 pertenceu à Viscondessa da Regaleira mas foi o milionário António Augusto Carvalho Monteiro que a ampliou ao espaço e forma que conhecemos hoje. Pelos pisos do palácio, de estilo neomanuelino, passeia-se entre salões nobres onde se jantava e jogava bilhar, copa, quartos, salas de estudo ou camaratas, sem esquecer o miradouro panorâmico onde está uma figura de Luís de Camões.
Junto de carvalhos, castanheiros da Índia, camélias, magnólias, cedros e sobreiros, caminha-se ao ar livre sem pressas e, de preferência, com uma manhã ou tarde inteira livre. Antes de sair, é obrigatório passar pelas atrações do jardim, como torres, grutas, lagos, fontes, uma alameda com estátuas mitológicas e, claro, o tão famoso e fotografado poço iniciático, com uma escadaria em espiral ao longo de 27 metros, digna de um filme de Harry Potter. NC

 

O “bolo de noiva”
Quando foi construído, o palácio era chamado pelos habitantes sintrenses de então como o “bolo de noiva”, pela sua estrutura fora do comum.

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# Serra do Louro | Palmela
Entre orquídeas e arqueologia

Do alto desta serra com quase seis quilómetros de extensão, em pleno Parque Natural da Arrábida, consegue-se avistar a serra-mãe, o Sado, a extensa península de Setúbal, o Tejo e a costa de Lisboa. Os pontos de observação surgem assinalados em oito miradouros de madeira do projeto Serra do Louro Okubo, mas há outros atrativos. Mais disfarçados pela vegetação encontram-se vestígios de povoados do calcolítico (há três mil anos), a fortificação de Castro de Chibanes e a alcaria do Alto da Queimada, que terá tido casas ligadas à agro-pastorícia, caça, tecelagem e recolha de âmbar. Há bancos de ostras fossilizados e inúmeras espécies de orquídeas a colorir o caminho. Para localizar o início do percurso, basta perguntar pelos moinhos de vento logo à saída da vila de Palmela – dois deles ainda moem farinha, graças a um projeto turístico. AR

Serra do Louro (Fotografia: Leonardo Negrão/GI)

 

Festival de caminhadas
Depois de vários adiamentos por causa da pandemia, o Arrábida Walking Fest foi agendado para os dias 28 a 30 de maio. É o primeiro evento do género e promete desvendar todo o património arqueológico da serra, em várias rotas e caminhadas.




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