De norte a sul: um passeio pelas igrejas de Portugal

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AS CATEDRAIS

1. Sé de Braga

A História confirma a existência da Sé de Braga desde o ano de 400, longevidade essa que a torna não apenas na catedral mais antiga do país, mas também numa espécie de compêndio artístico da arte portuguesa desde o início da nacionalidade. É no subsolo da capela-mor que se encontram os vestígios arqueológicos do templo primitivo paleocristão e altomedieval. A Sé de Braga encanta logo à entrada, com os seus órgãos de tubos de talha dourada, mas é toda ela uma viagem pela História. Ao lado da Catedral situa-se o Tesouro da Sé - criado em 1930, consiste numa compilação de peças de vários séculos.

(Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)

AS CATEDRAIS

1. Sé de Braga

(Fotografia de Gonçalo Delgado/GI)

AS CATEDRAIS

2. Sé do Porto

A Sé do Porto encima a cidade na sua construção ainda com vestígios do estilo românico (século XII), que foi sendo alvo de ampliações e renovações até à alteração final, já no século XX. Ganhou recentemente dois novos atrativos: o bispo do Porto abriu o Paço Episcopal a visitas e, após dois anos de trabalhos de conservação e restauro, o silêncio dos órgãos históricos da capela-mor terminou. Entre os seus acontecimentos memoráveis, constam o casamento de D. João I com D. Filipa de Lencastre e o batismo do infante D. Henrique.

(Fotografia de Rui Oliveira/GI)

AS CATEDRAIS

2. Sé do Porto

(Fotografia de Rui Oliveira/GI)

AS CATEDRAIS

3. Sé de Lisboa

Na capital, a Sé é também conhecida por Igreja de Santa Maria Maior. Edificada após a reconquista da cidade aos mouros, em 1147, foi construída sobre uma antiga mesquita. Com predomínio do estilo românico-gótico e alguns pormenores barrocos e neoclássicos, é também ela resultado de sucessivas intervenções. A catedral não escapou ao terramoto de Lisboa, que em 1755 destruiu várias partes do templo. No interior podem destacar-se a Capela de Bartolomeu de Joanes, o claustro gótico dionisino, a cabeceira com deambulatório, e as escavações sob o claustro, que puseram a descoberto as sucessivas ocupações até à época islâmica.

(Fotografia de Jorge Amaral/GI)

AS CATEDRAIS

4. Sé de Viseu

A Sé de Viseu mantém ainda o caráter de igreja-fortaleza nos seus volumosos muros e ameias. Construída no século VI, nasceu por cima de muralhas romanas e foi sendo alvo de sucessivos acrescentos ao longo dos séculos. Famosa pela sua capela-mor gótica e as suas “abóbadas de nós”, evidenciam-se ainda o cadeiral, a talha dourada do séc. XVII, os azulejos do séc. XVIII, o claustro do séc. XVI e XVIII e as capelas tumulares. O recorte das suas torres é ponto de referência para quem visita a cidade de Viseu.

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

AS CATEDRAIS

5. Sé Velha de Coimbra

A Sé Velha de Coimbra está associada ao fado: Adriano Correia de Oliveira costumava desafiar Zeca Afonso a ir com ele cantar para as escadas daquela catedral do século XII, à noite. Mas lá dentro o silêncio é garantido, e a contemplação também, dada a riqueza da história, da arquitetura e da arte que alberga. As visitas ao monumento, construído segundo o modo românico, só não são permitidas durante as cerimónias religiosas. Vale a pena entrar para ver as suas capelas, pinturas do século XVII e conchas tridácmas trazidas do Oceano Índico na primeira metade do século XX, bem como o claustro do século XIII, de transição para o gótico, que tem vista para a torre da Universidade.

(Fotografia de Maria João Gala/GI)

AS IGREJAS MONUMENTOS

6. Igreja de São Francisco

Évora é todo um tratado sobre património cultural, preservado ao longo de séculos. Entre o conjunto monumental que está na base da classificação de Évora como Património Cultural da Humanidade encontra-se a Igreja de S. Francisco, outra obra-prima da arquitetura gótico-manuelina, está muito ligada ao período da expansão marítima, ligação esta que é visível nos símbolos da nave de abóbada ogival: a cruz da Ordem de Cristo e os emblemas dos reis fundadores, D. João II e D. Manuel I. Ainda que de menor dimensão, é a impressionante capela dos ossos que tem tido a maior fama, cujas três naves estão forradas com milhares de ossadas humanas. “Nós ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos”, pode ler-se no pórtico que encima a capela, antigo local de meditação sobre a morte para os monges.

(Fotografia de Júlio Lobo Pimentel/GI)

AS IGREJAS MONUMENTOS

7. Mosteiro da Batalha

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha, é unanimemente convocado como uma das mais belas obras da arquitetura portuguesa e europeia. Mandado construir por D. João I para comemorar a vitória portuguesa sobre Castela na batalha de Aljubarrota em 1385, as obras prolongaram-se por mais de 150 anos através de várias fases de construção. Por essa razão, coincidem no edificado propostas artísticas góticas, manuelinas e renascentistas, com predominância pela mesma ordem. As Capelas Imperfeitas, com milhares de esculturas incrustadas, são o mais forte exemplo da arte manuelina. Aqui se encontram os túmulos de D. João I, D. Filipa de Lencastre e dos seus filhos.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

AS IGREJAS MONUMENTOS

7. Mosteiro da Batalha

AS IGREJAS MONUMENTOS

8. Mosteiro de Alcobaça

Em Alcobaça está aquele que é considerado como um dos mais importantes e bem conservados conjuntos monásticos de toda a Europa legados pela Ordem de Cister, e o primeiro monumento integralmente gótico em Portugal. A igreja, com 100 metros de comprimento, integra nove capelas radiantes e acolhe os túmulos de D. Pedro e D. Inês. Esta abadia de pedra branca, obra-prima da arte gótica cisterciense, também está inscrita como Património da Humanidade e é testemunha do início da monarquia portuguesa. É aqui que estão guardados os túmulos de D. Pedro e D. Inês, sepulcros considerados dos mais belos exemplares da escultura funerária gótica.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

AS IGREJAS MONUMENTOS

8. Mosteiro de Alcobaça

(Fotografia de Sara Matos/GI)

AS IGREJAS MONUMENTOS

9. Mosteiro Paço de Sousa

É o menos imponente deste conjunto, mas nem por isso deixa de ter pormenores que valem bem uma visita. Com origem numa comunidade monástica que remonta ao séc. X, tornou-se num destacado estabelecimento beneditinos do Entre-Douro-e-Minho, ligado à família dos Ribadouro. A igreja foi construída no século XIII e exibe caraterísticas da arquitetura visigótica e moçárabe. Terá sido aqui que nasceu uma corrente com base na tradição pré-românica que deu origem ao chamado românico nacionalizado. Ficou para o fim, mas é talvez a informação mais curiosa sobre este templo: é aqui que se encontra o túmulo de Egas Moniz, a quem foi confiada a educação de D. Afonso Henriques.

AS IGREJAS MONUMENTOS

9. Mosteiro Paço de Sousa

OS MOSTEIROS

10. Palácio-Convento de Mafra

Começou pequeno mas acabou em grande. Concebido inicialmente para 13 frades, o projeto para o Real Convento de Mafra foi sofrendo alargamentos, acabando num imenso edifício de cerca de 40 mil metros quadrados para 300 frades da Ordem de S. Francisco mas também a Corte de D. João V e sucessivas famílias reais. O Palácio-Convento é o mais importante monumento do barroco em Portugal e nele está instalada uma das mais importantes bibliotecas portuguesas, com aproximadamente 36 mil volumes. São ainda de destacar os dois carrilhões com 98 sinos (o maior conjunto sineiro do século XVIII) e seis órgãos históricos.

(Fotografia de Gerardo Santos/GI)

OS MOSTEIROS

10. Palácio-Convento de Mafra

OS MOSTEIROS

11. Convento de Santa Cruz do Buçaco

As terras do Buçaco foram doadas aos Carmelitas Descalços em 1628, pelo Bispo de Coimbra. Um muro com mais de cinco quilómetros foi então erguido pelos monges para circunscrever os terrenos e aí construíram o Convento de Santa Cruz, em comunhão com a natureza. Foi através da influência destes religiosos que o Buçaco se transformou em local de recolhimento e oração, com a mata a ser preservada por essa comunidade. A construção do Buçaco palace-Hotel implicou a destruição das estruturas conventuais, restando apenas o núcleo da Igreja.

(Fotografia de Pedro Granadeiro/GI)

OS MOSTEIROS

11. Convento de Santa Cruz do Buçaco

AS IGREJAS URBANAS

12. Igreja de S. Roque

Quem olha de fora a Igreja de S. Roque (Lisboa), construída em 1553, não imagina o opulento interior que ela encerra - é o caso da Capela de São João Baptista, que foi construída em Roma entre 1742 e 1747, recorrendo a vários materiais precisos como marfim, ágata, lápis-lazúli e ouro, e chegou a Lisboa em três barcos. É aqui que se encontra uma das obras-primas da azulejaria em Lisboa, o “Milagre de S. Roque”.

AS IGREJAS URBANAS

12. Igreja de S. Roque

AS IGREJAS URBANAS

13. Igreja de S. Francisco

Também designada "igreja de ouro", devido às sumptuosas talhas douradas dos séculos XVII e XVIII, que revestem o seu interior, genuinamente gótico, é uma dos mais ricos templos da zona histórica do Porto. Uma das suas particularidades é o singular contraste de ornamentação luxuriante das talhas com a austeridade da estrutura gótica. No seu interior, apesar de ser de “ouro”, destaca-se o altar da prata (que escapou ao saque das Invasões Francesas), uma impressionante Árvore de Jessé e ainda o Cemitério Catacumbal.

AS IGREJAS URBANAS

13. Igreja de S. Francisco

AS IGREJAS URBANAS

14. Igreja da Lapa

Um templo que provoca emoção aos portuenses é a Igreja da Lapa. Desde 1835 acolhe o coração de D. Pedro IV, albergado num monumento localizado na capela-mor. O interior da igreja (e da irmandade) tem visitas guiadas e o órgão de tubos é outros dos atrativos da Lapa.

AS IGREJAS URBANAS

15. Capela das Almas

O exterior da Capela das Almas, revestido de azulejos representando passos da vida de S. Francisco de Assis e de Santa Catarina, capta a atenção de milhares de lentes fotográficas. Esta igreja no Porto, construída nos princípios do séc. XVIII, tem 15.947 azulejos que cobrem cerca de 360 metros quadrados de parede – da autoria de Eduardo Leite. Foram executados pela Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, em Lisboa.