Cartaxo: à descoberta das águas e margens de um outro Tejo

A tapada que protege a lezíria das águas do Tejo é o cenário para um original percurso pedestre entre Porto de Muge e a aldeia palafítica da Palhota.

A Rota da Tapada, como é conhecido este percurso pedestre ribeirinho, tem início em Porto de Muge e prolonga-se até à Palhota, ao longo de 7,5 quilómetros que revelam um Tejo para muitos ainda desconhecido.

O ponto de partida é junto à histórica ponte Rainha Dona Amélia, mandada construir pelo rei D. Carlos, no início do século XX, para ligar as linhas ferroviárias do Alentejo e do Algarve ao resto do país. Em tempos a mais extensa ponte ferroviária da Península Ibérica, há muito que os comboios aqui já não passam, mas como pode ser hoje cruzada a pé ou de bicicleta, é também ela merecedora de visita, antes de se prosseguir a marcha em direção a Valada.

Sempre junto à água, a etapa final conduz até à Palhota, um dos últimos exemplos de aldeia avieira na margem norte do Tejo.

Em plena zona aluvial, esta freguesia, também conhecida pela sua aprazível praia fluvial (e pelo festival Reverence, que ali acontece em setembro), encontra-se protegida das cheias do rio por um velho dique, cuja data de construção original remonta ao período da ocupação árabe.

Sempre junto à água, a etapa final conduz até à Palhota, um dos últimos exemplos de aldeia avieira na margem norte do Tejo. Estas comunidades eram compostas por pescadores vindos da Praia de Vieira, no concelho da Marinha Grande, que aqui chegaram no final do século XIX, em busca do sustento que o mar lhes negava durante o inverno.

Com o tempo, fixaram-se em definitivo na região, estabelecendo-se nas margens, onde construíram as típicas casas de madeira em cima de estacas, cobertas de palha e cana, como as que ainda hoje existem nesta aldeia de postal.


Piqueniques
Bastante concorrida durante o verão, em especial aos fins de semana, a praia fluvial de Valada fica mais ou menos a meio da Rota da Tapada e é por esta altura um oásis de sossego, onde os caminhantes podem retemperar forças com um piquenique no parque de merendas.

Alves Redol
No início dos anos 1940, Alves Redol viveu durante alguns meses na Palhota, junto aos pescadores que o inspiraram a escrever o romance ‘Avieiros’. A casa habitada pelo escritor ainda se mantém de pé e é um dos muitos motivos de interesse desta pitoresca aldeia.

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