Alvalade: os sabores da praça com a bênção de Santo António

Em redor da Praça de Alvalade, em Lisboa, há novidades para conhecer e clássicos para redescobrir, sinais de um bairro com energias revitalizadas, que já não é apenas residencial. Sempre com a bênção de Santo António, que ali acena em tons de bronze desde os anos 70.

Acena-nos a 12 metros de altura, no topo de quatro blocos de mármore e é a estrela principal de uma obra que soma 78 toneladas. Trata-se do Santo Padroeiro de Lisboa, o mais festejado na capital, e que é o grande protagonista da Praça de Alvalade, onde está a estátua de bronze de Santo António, desde o início da década de 1970.

Desde então que já não se consegue dissociar este arruamento do pregador que o decora, na interceção entre as extensas Avenida de Roma e Avenida da Igreja, os dois braços da Praça de Alvalade.

Obra de Santo ou não, a verdade é que a estátua de Santo António tem assistido ao florescer e revitalização de um bairro que há muito já não é apenas residencial, ainda que esteja rodeada dos seus claros e altos prédios, e onde têm surgido novos espaços nos últimos tempos. Hoje, a Praça de Alvalade reúne nas suas imediações cozinhas de várias partes do mundo, arte, produtos regionais e uma vibrante oferta noturna.

Ainda assim, um dos encantos desta Praça de Alvalade, movimentada por carros e peões ao longo de todo o dia, é o facto de bastar distanciarmo-nos poucos metros para entrarmos em pequenas e sossegadas ruas, com bancos de madeira e zonas verdes. O melhor de dois mundos.

 

1. Soão | Avenida de Roma, 100
O maior continente em tamanho reúne-se à mesa nesta taberna asiática que abriu há cerca de um ano e que conjuga clássicos de seis países asiáticos. Os crus, a vapor, na grelha e os caldos não faltam na carta do Soão, com os seus dim sum, sushi, pho, pad thai, robata ou bao, todos inspirados nas cozinhas da China, Coreia, Índia, Japão, Tailândia e Vietname. A chegada de um novo ano chinês pode ser a desculpa que faltava para conhecer a cozinha do chef Luís Cardoso, um dos discípulos de Takashi Yoshitake no antigo Aya. As Char-Siu, espetadas de porco marinadas em mistura doce e feitas no forno, com legumes asiáticos no wok e arroz de jasmim, são um dos últimos reforços da carta. Das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 23h00. Sexta e sábado, até às 00h00. Não encerra. Preço médio: 35 euros.

 

2. O Prego da Peixaria | Avenida da Igreja, 34A
Não é a primeira morada desta marca criada em 2013, mas é a maior loja d’O Prego da Peixaria, que serve os seus pregos e hambúrgueres nesta porta de Alvalade há três anos. Tem 300 metros quadrados, esplanada e uma zona de balcão onde se podem provar cocktails e alguns petiscos como pica-pau do lombo ou presunto de porco bísaro. Nos pregos de lombo ou frango, escolhe-se entre sete variedades em bolo do caco, e existem cinco hambúrgueres. Um destes, o vegetariano, leva alho francês, ovo, batata palha, salsa e molho de sweet chili. Também há menus para adultos desde 20 euros e para crianças, a partir dos cinco euros. Das 12h00 às 00h00. Sexta e sábado, até às 01h00. Não encerra. Preço médio: 12 euros

 

3. Conchanata | Avenida da Igreja, 28A
Não há como fugir a esta casa se o assunto juntar gelados e Lisboa. A Conchanata foi criada nos anos 40 pelos italianos Quintílio e Alfo Tarlattini, avô e pai, e ainda hoje é uma geladaria de referência em Alvalade. O espaço esteve fechado no inverno mas reabriu, como já é hábito, em fevereiro. Todos os gelados são feitos artesanalmente e os ingredientes confecionados na casa. Todos os dias, há 15 sabores diferentes, alguns feitos com leite, outros sem. Amêndoa, caramelo, chocolate, morango, banana, lima ou ananás são alguns dos sabores, que podem ser conjugados na taça Conchanata, que junta quatro bolas diferentes, com molho de morango caseiro por cima. Para provar lá dentro, ainda que o espaço seja pequeno, ou na esplanada de 20 lugares. Das 14h00 às 21h00. Encerra segunda. Preço: gelados desde 2,70 euros.

 

4. Veneno | Rua José D’Esaguy, 6A
Os produtos regionais têm nova casa em Alvalade, com esta Veneno, a mercearia que chegou ao bairro no ano passado. Nos queijos, há mais de uma dezena, desde nacionais como um Serra da Estrela DOP aos internacionais, como um brie de Meaux. A zona de fumeiro acaba de ser reforçada com maranhos, farinheiras e morcelas da Beira Baixa e a garrafeira tem referências vínicas de norte a sul. Aqui também se vende pão artesanal da Isco, padaria vizinha, e broa do Fundão. As restantes prateleiras enchem-se com azeites, mel, compotas, conservas de peixe de rio e chocolates artesanais. Para provar na loja ou comprar e levar. À semana, das 11h00 às 20h00. Sábado e domingo, das 10h00 às 23h00. Não encerra.

 

5. Pasta Non Basta | Rua Marquesa Alorna, 17B

Esta marca existe há dois anos, chegou a Alvalade no ano passado e aposta agora numa imagem renovada, mais cuidada, e na produção de massa fresca na própria casa, quer seja nos ravioli, gnocco, fettucine e pappardelle. Uma estratégia que será reforçada, em breve, com produtos de uma horta própria. Nos Antipasti, há três novas Bruschettas: Parma e Burrata (8€), Gorgonzola e Speck (7€), e Putanesca (7€). Nas pizzas, a grande novidade está na Vegetariana (11€), com base de courgette, mozarela fiordilatte, provola, tomate cereja e espargos. A San Daniele assume o nome do presunto a que dá palco, e passa a chamar-se Parma (13€), que tem ainda tomate, mozarela fiordilatte e tomate cereja. Mas há muito mais para provar no renovado Pasta Non Basta. Das 12h00 às 15h00 e das 19h00 às 22h30. Sexta e sábado, até às 23h30. Preço médio: 18 euros.

 

6. Galeria Quadrum | Rua Alberto Oliveira, 52
Acolheu a arte experimental na década de 1970 e 1980, esteve muitos anos fechada e reabriu no ano passado. Esta galeria fundada por Dulce D’Argo fica situada no complexo de ateliês dos Coruchéus e é uma das casas de arte contemporânea da capital. Até 14 de maio, está patente a exposição «Assentamento», assente em escultura e com autoria do angolano António Bolota, sobre a sua noção de tempo. A entrada é gratuita e as visitas guiadas também, desde que marcadas na véspera. Mesmo ao lado da entrada, há um convidativo jardim com bancos e um quiosque com comes e bebes. De terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

 

7. Popular Alvalade | Rua António Patrício 11B
É um dos bares mais conhecidos e concorridos nesta zona de Lisboa e é possível que a fadiga em torno de aglomerados como o Bairro Alto e o Cais do Sodré lhe tem trazido ainda mais público, nos últimos tempos. O Popular abriu portas há seis anos e é uma das principais referências para quem quer ouvir música ao vivo. Entre um copo ou um petisco, ouve-se e dança-se o rock, ou não se tratasse este de um bar criado por dois músicos e irmãos, Ivo e Samuel Palitos. É um sítio descontraído, onde apetece estar com um grupo de amigos. Para estar a par dos concertos, basta espreitar as redes sociais. Das 22h00 às 01h00, quarta e quinta. Sexta e sábado, até às 03h00.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

Leia também:

6 mercearias modernas para visitar em Lisboa
6 mercearias históricas em Lisboa que vale a pena conhecer
Lisboa: vêm aí gelados grátis na Grom




Outros Artigos





Outros Conteúdos GMG





Send this to friend