Novidades de Évora para conhecer num passeio de bicicleta

As novidades de Évora para conhecer num passeio de bicicleta
Um ecoresort, cerveja biológica, comida (quase) caseira, um passeio de pasteleira rumo aos Cromeleque dos Almendres por entre sobreiros, azinheiras e oliveiras centenárias, eis uma mão cheia de boas desculpas para regressar à cidade alentejana.

Do património à gastronomia, do ritmo de vida ao vinho, de Évora já quase tudo se disse, já tantos portugueses por lá passaram, porquê então voltar à cidade alentejana? Porque a cidade não está parada no tempo, está viva, tem-se reinventado. A remodelação do antigo Ecorkhotel, agora Tivoli Évora Ecoresort, localizado a três quilómetros do centro histórico, é disso um bom exemplo. Vale a pena lá voltar mesmo para quem, como nós, já cá tinha estado.

Está assim tão diferente? Nim. Reinaugurado no passado mês de outubro, não foi alvo de uma remodelação total – mantém as suas 56 suites, com 70 m2 cada (mais do que muitas casas) distribuídas por uma propriedade com 38.000m2 – mas é inegável que o nome Tivoli trouxe uma dose extra de sofisticação, sangue fresco. Continua confortável, descontraído, grandes áreas comuns, seja no interior ou no exterior, decoração leve, inspirada na barncura e candura alentejana, mas tem uma alma (ainda) mais verde.

Marketing? Também, mas não só. O edifício central mantém-se todo revestido a cortiça, material característico da região e que permite um isolamento acústico e térmico eficiente – numa zona onde se verificam grandes amplitudes térmicas. Os responsáveis garantem que a máxima eficiência energética é uma preocupação real, utilizando também a geotermia para aquecimento do edifício principal e painéis solares para o aquecimento das águas correntes e das piscinas. Política que valeu o certificado Biosphere pelo Responsible Tourism Institute. Já chega de conversa oficial.

Bastava a localização, longe da estrada principal, por entre sobreiros, azinheiras e oliveiras. centenárias, para nos recordar de que a natureza por aqui é quem mais ordena. Cenário que pede um passeio de todo-o-terreno. Ou de bicicleta, afinal este é um passeio que se quer ecológico. Na entrada estão algumas trotinetas, bicicletas de BTT e pasteleiras que os hóspedes podem usar à vontade, seja uma pedalada curta pelas redondezas, seja para ir até aos Crameleques dos Almendres.

Mas mesmo quem se der à preguiça tem muito que fazer por aqui. Ir ao spa, pois claro, e espaço com design contemporâneo, tal como todo o hotel, mais igualmente sereno, sem grandes tiques, composto por salas de tratamento, uma piscina interior, sauna, banho turco e ainda um ginásio equipado com uma máquina de musculação, duas passadeiras e mais de uma dezenas de bicicletas. Bicicletas é o que não falta por aqui. Há várias massagens individuais, a dois e programas personalizados de alimentação saudável, exercício e atividades em harmonia com a natureza.

Estando no Alentejo é claro que a parte gastronómica não poderia ser esquecida. O restaurante Cardo faz as honras da casa. E faz bem. Cozinha portuguesa contemporânea, com base produtos locais e da época, muitos deles de produção biológica na horta do próprio hotel. É o que todos dizem hoje dia, é certo, mas aqui cumpre-se. Um carré de borrego com batata roxa e legumes salteados, bochecha de porco preto com rissoto de espargos e farinheira (dá vontade de comer o rissoto sem parar), ou para entrar, um sortido composto por pataniscas com maionese de salada de coentros e salada de agrião, torresmos, moelas em molho de tomate e ainda cogumelos.

Seja no Alentejo ou em qualquer outra parte de Portugal, é sabido que conversa puxa conversa, prato puxa bebida. Para mesa vêm duas garrafas de vinho Alentejano, biológico – Sátiro (Clandestino) e Courelas da Torre – e uma cerveja artesanal, também biológica. Eva. “Tentámos ter uma filosofica ecológica e também apostar em produtos locais, produções pequenas, apostar e ajudar as pessoas da terra” – avança Miguel, um dos investidores, director de venda do Hotel. Trabalhar em rede. É ele que nos recomenda o restaurante A Tábua do Naldo, perto do centro histórico. Recomendação aceite. Um dos restaurantes da moda na cidade – reservar é aconselhável e, mesmo assim, nem sempre – e percebe-se porquê. Mérito de Reginaldo, chef Naldo, que andou por fora e desde há dois anos tem vindo a trabalhar os pratos regionais, mas com personalidade. A sua. É lá ficamos, até ao fecho, juntamente com o Miguel Nazareh, professor que se tem dedicado á alquimia da cerveja caseira. Conversa puxa conversa, já se sabe, talvez a sua cerveja, Eva, biológica, acaba como cerveja da casa. Assim se fazem as cidades.

 

Cromeleques
De bicicleta, de carro, a pé, vale a pena passar pelos Cromeleques dos Almendres. Um amonatoado de pedras? Já lá vai o tempo em que se pensava assim e não se dava o devido valor. Um sítio arqueológico composto por diversas estruturas megalíticas – menires e pedras, descoberto – em 1964, quando se procedia ao levantamento da Carta Geológica de Portugal. O maior conjunto de menires estruturados da nossa península, e um dos mais relevantes do megalitismo europeu. Para que servia? Não se sabe ao certo. Estavam a culto dos astros e da natureza, com um caráter simbólico e sagrado. Um certo misticismo.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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