5 turismos rurais em pleno sudoeste alentejano

Percorra a fotogaleria para conhecer os cinco turismos rurais alentejanos.

Na imagem: Sobreiras Alentejo Country Hotel (Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

1. Sobreiras Alentejo Country Hotel, Grândola

Basta uma pesquisa rápida pela internet para perceber que o Sobreiras Alentejo Country Hotel tem sido muito referenciado a nível internacional pelos sites ligados à arquitetura. E não é para menos. Localizado no meio do nada, que é como quem diz no meio da Serra de Grândola, a 200 metros de altitude, numa herdade com 25 hectares de sobreiros, carvalhos e oliveiras, é uma verdadeira obra de arte.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

1. Sobreiras Alentejo Country Hotel, Grândola

Não fossem os proprietários arquitetos - Miguel Correia e Elsa Soares da Cunha. Mas será que faz sentido tanta régua e esquadro num local destes? É verdade que se sente aqui a vontade de fazer a obra de uma vida, mas também o respeito pela paisagem envolvente.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

1. Sobreiras Alentejo Country Hotel, Grândola

Pela terra e cultura alentejanas. O resultado é uma estrutura orgânica, aparentemente de simples execução, uma espécie de pequena aldeia alentejana onde impera o branco e sobressai o uso da madeira – a fazer lembrar aquelas casinhas que todos desenhávamos na escola primária. Tudo com o inevitável toque contemporâneo. A piscina – poderia estar em Miami, se Miami tivesse esta vista – é um convite irresistível ao dolce fare niente, e há um serviço de massagens prestado nos quartos – por terapeutas que estudaram na Ásia.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

1. Sobreiras Alentejo Country Hotel, Grândola

Como à volta é tudo campo e Grândola fica a cerca de dez quilómetros, também não podia faltar um restaurante. Se ao almoço são as saladas e as tostas quem mais ordena, ao jantar há comida caseira. Caminhadas e passeios de bicicleta pelo montado ou simplesmente ficar na varanda (todos os quartos têm varanda) a observar um céu alentejano são algumas das atividades maiores. Toda a gente sabe que não há céu tão estrelado como o alentejano.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

1. Sobreiras Alentejo Country Hotel, Grândola

Muito importante: aceitam animais. A diretora, Sónia Gonçalves, garante que, mesmo quando os 24 quartos estão completos “e o hotel está cheio de famílias, a força da paisagem é tão forte e isto está tão bem feito que consegue ser um sossego absoluto”.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

2. Casa de Campo Cabeço de Cabra, Porto Covo

Imagine comprar uma propriedade que nunca tinha visto, para se dedicar a um negócio onde nunca tinha trabalhado. Loucura? Foi precisamente isso que fez Maria Santos, engenheira civil hoje tornada anfitriã da Casa de Campo Cabeça da Cabra, a 6 quilómetros de Porto Covo.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

2. Casa de Campo Cabeço de Cabra, Porto Covo

Depois de adquirir, em leilão, a antiga escola primária, Maria converteu-a numa casa de campo onde recebe hóspedes que, muitas vezes, já são como amigos. O número reduzido de quartos – são apenas 4 – a isso ajuda, bem como a mesa de refeições partilhada, com vista para o pátio, onde todas as manhãs é servido o pequeno-almoço.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

2. Casa de Campo Cabeço de Cabra, Porto Covo

Da escola, mantêm-se as madeiras originais, o pavimento em tacos de eucalipto e o sistema de ventilação com grelhas, que permite um arejamento natural dos quartos, instalados no espaço das antigas salas de aula. A estes elementos, juntaram-se tons neutros, pormenores como pequenos gira-discos portáteis, coleções de livros e uma decoração minimalista, de influência nórdica.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

2. Casa de Campo Cabeço de Cabra, Porto Covo

Na casa não há piscina, é certo, mas essa é uma questão menor quando se tem o mar e as belíssimas praias da costa alentejana por perto.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

2. Casa de Campo Cabeço de Cabra, Porto Covo

Além disso, há bicicletas disponíveis para que os hóspedes possam explorar os arredores, através de caminhos que usufruem dessa magia que resulta da união entre o campo e o mar. Regularmente, a Casa de Campo Cabeça da Cabra organiza também programas temáticos, como surf retreats.

(Fotografia de Sara Matos/GI)

3. Três Marias, Vila Nova de Milfontes

Nem só o que é novo é bom. O Três Marias, alojamento entre Porto Covo e Vila Nova de Milfontes, já é um clássico. Começou por ser um restaurante, passou a alojamento, pelo meio houve um negócio de avestruzes (ainda há uma a “circular” pela quinta), mas nunca perdeu a sua essência, que é precisamente ser um ponto de encontro entre o Alentejo rural e a modernidade.

(Fotografia de Jorge Amaral/GI)

3. Três Marias, Vila Nova de Milfontes

O conceito é hoje em dia empregue um pouco por todo o lado, às vezes de forma algo forçada, se bem que aqui tudo parece encaixar na perfeição. Uma dezena de quartos espalhados pela propriedade, uma sala de convívio e uma zona de refeições inserida num alpendre onde o vento, o sol e natureza entram sem pedir licença.

(Fotografia de Jorge Amaral/GI)

3. Três Marias, Vila Nova de Milfontes

Tudo com cores leves, espírito descontraído (de inspiração e decoração mediterrânica), saído da mente de Balthasar, um empreendedor suíço que se apaixonou pela região. Onde é que já ouvimos esta história? Batlhz, para os amigos. Aqui, como em qualquer turismo rural que se preze, os hóspedes são tratados como amigos. Alguns voltam mesmo para casa como amigos entre si, até porque na hora de jantar são sentados a uma mesa comum.

(Fotografia de Jorge Amaral/GI)

3. Três Marias, Vila Nova de Milfontes

“Não obrigamos ninguém, naturalmente, mas a maior parte das pessoas gosta e os jantares acabam por ser transformar em bons momentos de convívio”. Palavras de Joana, ela que é a chef de serviço. Balthasar dá-lhe espaço para que possa “inventar um bocadinho”, mas a base é sempre a comida regional. Produtos frescos, da terra. Bastaria a sopa de tomate para mostrar que Joana, na casa dos trinta, já tem receitas e mãozinhas de avó.

(Fotografia de Jorge Amaral/GI)

3. Três Marias, Vila Nova de Milfontes

A qualidade gastronómica não termina ao jantar. Começa ao pequeno-almoço, uma mesa farta onde há sempre fruta da época, ovos, bolos caseiros, queijos e pão alentejano e um sem número de outros produtos regionais. Quase valia a visita por si só. Talvez falte uma piscina. Ou talvez não. A praia dos Aivados fica logo ali, a uns escassos quatro quilómetros.

(Fotografia de Jorge Amaral/GI)

4. Uva do Monte, Melides

Para quem mora em Lisboa, a primeira surpresa, tratando-se do Uva do Monte, uma quinta de exploração agrícola convertida em turismo rural pelos irmãos D’Eça Leal — os mesmos que, desde 2011, se dedicam, sob a marca The Independente Collective, a vários projetos de alojamento - é a proximidade. E ao mesmo tempo a sensação de evasão. Mesmo sem recorrer ao ferry de Tróia, o que permite poupar uns valentes quilómetros à viagem, de carro não demoramos mais do que hora e meia, vindos da capital, repito, a chegar à Herdade da CostaNova, nas cercanias de Melides.

(Fotografia de Jorge Simão)

4. Uva do Monte, Melides

O preço, a partir de 55 euros por noite com pequeno-almoço incluído, será um fator decisivo para muitos, sobretudo se levarmos em conta que o Uva segue a linha de uma casa de hóspedes simples mas dotada de um charme vintage que privilegia a autonomia sem deixar de garantir todos os serviços básicos — da arrumação dos quartos a refeições e organização de atividades.

(Fotografia de Jorge Simão)

4. Uva do Monte, Melides

Reina o espírito de descontração, que permite por exemplo aos hóspedes armarem o seu próprio estendal no relvado, servirem-se da cozinha entre o pequeno-almoço e o jantar ou até guardarem os seus víveres no frigorífico, Com apenas 12 quartos (de diferentes tipologias, mas recomendo os que vão do 9 ao 12, mais amplos, situados num alpendre autónomo) e campos a perder de vista (há inclusive trilhas para seguir entre os pinheiros e eucaliptos), funciona na perfeição.

(Fotografia de Jorge Simão)

4. Uva do Monte, Melides

Tanto para quem vai a dois, e quer sossego, como para quem viaja com a família, incluíndo crianças mais pequenas e adolescentes que apreciam o facto de haver wi-fi na casa comum, que faz as vezes de sala de estar e de refeições (querendo, é possível encomendar o jantar, que sai a 18 euros por pessoa, ou até sanduíches e saladas para levar para a praia, entre os 8 e 5 euros respetivamente).

(Fotografia de Jorge Simão)

4. Uva do Monte, Melides

O rosa, dominante no exterior do edifício principal que se estende às espreguiçadeiras em redor da piscina (revestida a microcimento, com deque de madeira, ela mais se assemelha a um tanque), é um apontamento de cor perfeito, mas o que conta a valer é o sentimento de familiaridade e a mais valia de estarmos perto de tudo o que interessa — como da Comporta e das praias do Carvalhal e do Pego —, só que a salvo de confusões e dos preços mais elevados. O único senão o facto de o Uva encerrar a partir de finais de outubro até ao final de fevereiro.

(Fotografia de Jorge Simão)

5. Paraíso Escondido, São Teotónio

Pode parecer estranho dizer que o Paraíso Escondido faz lembrar África, mas faz. “A paisagem, as noites estreladas, os verões longos e quentes e uma luz maravilhosa durante todo o ano”, foram estas algumas das razões que levaram Berny e Glenn, a apaixonar-se por este pedaço de terra em Casa Nova da Cruz, a dois passos de São Teotónio.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

5. Paraíso Escondido, São Teotónio

Ela nasceu em Moçambique. Ele na Austrália. Conheceram-se na África do Sul, onde Berny vivia, e trabalharam em vários pontos do mundo, de Londres a Lisboa, da Singapura à Rússia. Mas foi no Alentejo que decidiram assentar arraiais. Em 2002 compraram o monte e construíram a casa para onde fugiam sempre que podiam. Às vezes convidavam amigos. Amigos que “não arredavam pé, tal era a felicidade. Foi isso que nos levou a transformar a casa em turismo rural”, confessa Berny.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

5. Paraíso Escondido, São Teotónio

Alguns passaram entretanto, a maioria deles a tratar “da papelada”, sendo que as portas abriram definitivamente em Novembro de 2014. Primeiro com Berny a gerir, agora também com Glenn a tempo inteiro. Com eles está a filha. Se há turismos rurais em que a geografia dos proprietários é importante para contextualizar os hóspedes este é um deles. A casa é a extensão das suas personalidades. Alguns dos móveis vêm de África ou da Ásia, a oferta de chás é extensa e há um cuidado extremo com os produtos utilizados em todas as refeições.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

5. Paraíso Escondido, São Teotónio

Sem fundamentalismos, seja no prato, seja no trato. “Num turismo rural é muito importante ler aquilo que os clientes querem. Saber ouvir. Se as pessoas quiserem conversar, nós conversamos, se quiserem espaço nós damos espaço”, diz Berny. Glenn, que ainda está a aprender português, concorda.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)

5. Paraíso Escondido, São Teotónio

Estão sempre por ali. Seja na horta, seja a limpar a piscina, seja a preparar uns ovos mexidos vindos da galinha da vizinha ou um peixe fresco para o jantar – comprado no mercado de Aljezur. Os hóspedes não se cansam de elogiar a qualidade da comida. E com razão. A cabine de massagens, bem no topo da propriedade é outra das mais valias. Entre janeiro e março estarão fechados para acrescentar dois bungalows aos cinco quartos existentes. Tudo em madeira, muitos simples, com inspiração... asiática.

(Fotografia de Reinaldo Rodrigues/GI)