Lisboa: Galerias romanas abertas em setembro

As Galerias Romanas da Rua da Prata, na baixa lisboeta, voltam a abrir ao “portas” público durante o mês de setembro. As inscrições começam no dia 12 e as visitas realizam-se a 23, 24 e 25. Depois só para o ano.

«Isto é seguro?», pergunta um jornalista durante uma visita reservada à imprensa. «O sítio mais seguro de Lisboa» responde o arqueólogo. Pode parecer estranho, afinal as galerias romanas estão localizadas debaixo de uma das mais movimentadas zonas da capital, mas a História está aí para comprovar que este é, até prova em contrário, um local indestrutível. Uma estrutura com cerca de 2 mil anos – terá sido construída entre o séc. I a.C. e o séc. I d.C. – descoberta em 1771, precisamente aquando da reconstrução da cidade após o terramoto de 1755.

Muito se especulou sobre a sua função original, mas parece ser agora unânime que se tratava de um criptopórtico. Criptopórtico? Os especialistas explicam. «Era uma solução arquitectónica que criava, em zona de declive e pouca estabilidade geológica, uma plataforma horizontal de suporte à construção de edifícios de grande dimensão». Este teria como função suportar o antigo Forum da cidade de Olisipo.

Monumentos romanos em Portugal há muitos, a verdade é que estas galerias parecem despertar uma curiosidade ímpar. A procura é tal que é necessário comprar o bilhete com antecedência, neste caso a partir do dia 12 deste mês, nos sites do Museu de Lisboa, Egeac e Câmara Municipal. As visitas terão lugar nos dias 23, 24 e 25.
Escusam por isso de tentar entrar sem reserva pois baterão com o nariz na porta.

Que é como quem diz no alçapão. A forma como se entra no monumento é outro dos fatores que ajuda à sua aura de mistério. Isso e o facto de estarem inundadas durante todo o ano, sendo que para que estas visitas se realizem é necessário que os bombeiros retirem a água e se façam instalações temporárias de luz. Ainda assim, e quem não quiser molhar os pés, convém levar calçado adequado.

 

Percurso curto
Que ninguém pense, contudo, que vai andar a passar durante horas pelo subsolo da cidade. As galerias ocupam “apenas” parte da Rua da Conceição e vão até ao início da Rua da Prata. Pelo menos a parte que se conhece. Há quem acredite que podem mesmo estender-se até ao Tejo. Um percurso curto mas que não desilude, bem pelo contrário. Custa 2€. As crianças até aos 12 anos (inclusive) não pagam.

Conservas de Água da Rua da Prata
No início do séc. XX as galerias eram utilizadas pela população como cisterna, tendo por isso ficado conhecidas como Conservas de Água da Rua da Prata. Estão abertas ao público com regularidade desde a década de 80 do séc. XX e são parte integrante do Conjunto da Baixa Pombalina. A entrada tem lugar junto ao número 77, na rua da Conceição.




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