Dormir em Sintra com o charme de outros tempos

Num edifício bicentenário nasceu uma guesthouse com ligação ao mel, vistas até à Quinta da Regaleira e uma informalidade que faz sentir em casa.

Se há guesthouse onde as explicações devem começar no pequeno-almoço é a Águamel. Logo à entrada, uma parede divide parcialmente a área de receção de outra sala, onde ficam as mesas, sofás e poltronas de ar convidativo. Dali pode apreciar-se o balcão, onde vão desfilando sobretudo produtos portugueses: queijos e charcutaria, iogurtes e manteiga, compotas de marcas nacionais, fruta e o pão, que Ana e Sofia cozem todas as manhãs. Elas, que já lá estavam há dois anos quando os novos proprietários chegaram, em 2015, mantêm este hábito matinal que deixa o pequeno edifício a cheirar a pão logo pela manhã.

O aroma sai da cozinha, sobe pela escadaria de madeira, chega aos dois pisos superiores e convida a sair dos aconchegantes lençóis.

No pequeno-almoço nunca falta também água-mel, o produto que dá nome à casa. É um xarope líquido escuro, conseguido através do aproveitamento do mel que fica nas ceras. Foi também este que inspirou a primeira proprietária da guesthouse, em 2013, a batizar os cinco quartos com nomes de algumas das flores procuradas pelas abelhas para extrair o néctar. São elas flor de laranjeira, de urze, de jasmim, rosmaninho e silvestre. As duas primeiras dão nome aos quartos superiores, um dos quais com lareira, e ambos com varanda partilhada, de onde se avista a Regaleira. As restantes batizam as três divisões do último andar, mais pequenas, mas muito luminosas graças às claraboias.

Todos mantêm a sua personalidade individual, que se faz sentir através dos diferentes padrões do papel de parede e no mobiliário, que alterna entre o antigo recuperado e o moderno. Já assim estavam quando Manuel Alberto regressou de Angola há dois anos e quis explorar um novo negócio. Foi Ricardo, o sobrinho, que encontrou o edifício de 1885, já transformado em guesthouse. Juntamente com outra prima, Ana, decidiu criar sociedade com o tio.

E porque «em equipa vencedora não se mexe», mantiveram o turismo como tal, assim como a dupla Sofia e Ana, que mostram os cantos à casa, dão sugestões e dicas para estacionar o carro (no Largo Ferreira de Castro) na complicada zona histórica. Deixam ainda fatias de bolo e chá a postos, a partir das 19h00, altura em que deixam a guesthouse, lembrando que qualquer questão está à distância de um telefonema. Já à vontade e com a chave do edifício bicentenário na mão, o visitante deixa de ser hóspede e sente-se em casa.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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