O novo restaurante portuense que também é galeria de arte

O Oficina é um projeto do galerista Fernando Santos e do chef transmontano Marco Gomes. Abriu em setembro e é, simultaneamente, um restaurante e uma extensão do espaço de um dos mais antigos galeristas da cidade, na Rua Miguel Bombarda.

Comida de conforto, sabores por­tugueses, simplicidade, bom gosto e a colaboração com artis­tas plásticos de renome definem este projeto improvável, pensa­do pelo galerista Fernando San­tos e concretizado em parceria com Marco Gomes.

O chef descreve a parte de cozinha como sendo «de conforto, com respeito pela tradição portuguesa, e simples, na confeção e no empratamento». A arte é um complemento da gastronomia e a extensão de um trabalho com 35 anos, explica o galerista.

«Isto não é um restaurante, é um projeto cultural», avisa o decano dos galeristas da Mi­guel Bombarda. Fernando Santos já acalenta­va o sonho de abrir um espaço assim quando comprou o edifício – uma antiga oficina de reparação de automóveis clássicos –, há cer­ca de 15 anos. Organizou ali alguns eventos, até avançar para a recuperação integral do armazém, há quatro anos. Quando o espaço ganhou forma, chamou o amigo Marco Go­mes e perguntou-lhe se queria ser seu só­cio. O chef, que tinha fechado em 2015 o seu Foz Velha, não pensou duas vezes antes de aceitar.

Para já, o Oficina, cuja cozinha trabalha à vista de todos, só está aberto ao jantar, mas a partir do final de outubro funcionará também ao almoço, com menu executivo. Na carta que vigora até dezembro, destaquem-se o salmão curado em especiarias, o caldo rico de peixes e mariscos em crosta de massa folhada, o cre­me de batata trufada com cogumelos selva­gens e alheira, as favas estufadas com chou­riço, o polvo grelhado com legumes assados, a açorda rica de perdiz vermelha, os meda­lhões de lombo de vitela maturada (mudam os acompanhamentos), a trilogia de chocolate, a seleção de doces conventuais. Tudo, portanto.

No rés-do-chão, as refeições fazem-se sem pressas e sem o olhar perscrutante de uma segunda rodada de clientes – o Oficina sugere sempre que se faça marcação. No pri­meiro piso, há uma sala que por enquanto é privada – acolherá jantares temáticos – e que dá acesso a uma esplanada de onde é possí­vel admirar de perto a instalação Oficina, do artista plástico Pedro Cabrita Reis. Em bre­ve, os dois sócios querem dinamizar ambos os espaços durante a tarde.

Resta dizer que a uma boa mesa corres­ponde uma interessante seleção de vinhos: o Oficina tem como consultor nesta área o enófilo José Silva e no dia-a-dia é o somme­lier Sérgio Lima Macedo quem aconselha o cliente a escolher entre uma centena de re­ferências, de norte a sul do país. Em suma, e nas palavras de Fernando Santos, «este é um espaço para as pessoas serem felizes». Não é difícil acreditar que será.

OFICINA
Rua Miguel Bombarda, 273-282 (Cedofeita)
Tel.: 936712384
Web: facebook.com/oficinaporto
Das 19h30 às 23h00; sexta e sábado,
até às 00h00. Encerra ao domingo.
Preço médio: 40 euros




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