Passaram dois anos desde que o hotel Torel Palace, a uns passos do Ascensor do Lavra, deu a conhecer a sua cave através da cozinha de Ana Moura. A jovem chef entretanto saiu e, em maio, entrou Bernardo Agrela para o subsolo gastronómico da Cave 23, com o seu braço direito André Freire. Dividem-se agora entre esta cave e a vista do patamar acima, demasiado deslumbrante para não explorar.
Por isso, no início deste verão, o terraço ganhou nome próprio e os cocktails a companhia dos tradicionais petiscos. Que, afinal, não são tradicionais: cheesy bites e croquetes de cozido com sweet chilly são duas das sugestões iniciais que servem de introdução à cozinha de Agrela. A continuação dá-se já na parte inferior do Terraço 23 (sim, este divide-se em dois), um espaço forrado a branco e azul, ao ar livre, onde antes se serviam apenas os pequenos-almoços dos hóspedes.
Agora, as mesas recebem noodles de curgete com queijo de cabra e pickles de cebola roxa com crumble de azeitona para comer com pauzinhos. Segue-se o sashimi de espadarte fumado com favas de soja e romã a anunciar a chegada do outono; e para terminar, um prato de carne que é um tártaro de alcatra maturada.
A surpresa deste Terraço 23 chega no fim: uma waffle que até parece sobremesa, até se ver o segundo elemento pousado em cima: frango cozinhado a baixa temperatura, com manteiga de amendoim e chutney de bacon. É o clássico americano chicken and waffle, um salgado doce ou vice-versa. Com uma ligeira diferença, já que a waffle é preparada com farinha de banana e o frango não é frito.
É aproveitar o fim do verão e o início do outono para provar os pratos ao ar livre e com vista, antes que o Terraço 23 se instale temporariamente dentro do Torel Palace, no inverno.
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