No Barriga Negra os petiscos são receitas da família

As iscas da mãe (pataniscas no sul) e a bochecha do pai fazem parte da carta desta tasca delicada, onde se pode fugir ao movimento da Baixa e comer à moda antiga.

Apesar do apelido alentejano, Catarina Barriga Negra é portuense. E foi na Guarda que conheceu António Barbosa, que é de Baião. Esta mistura de terras nas origens e passagens do casal têm sabor – elas encontram-se na carta do pequeno restaurante de petiscos que abriram na Baixa do Porto, quando decidiram, finalmente, lançar-se num negócio próprio. Não tinham experiência em restauração, mas tinham receitas de família memoráveis, entre elas as pataniscas da mãe de Catarina, a bochecha de porco do pai e a sericaia da avó, o ramo alentejano da família.

A carta do Barriga Negra, com uma mão cheia de pratos mais substanciais e outra de petiscos, é, assim, praticamente o que se come em casa de Catarina, combinado com tábuas de queijos e enchidos de Seia, em honra aos tempos passados na Guarda, e ainda com pão de Amarante. A cozinha está a cargo de Catarina, que teve a formação essencial nas cozinha dos pais, das avós e das tias. «As iscas da minha mãe são famosas e a minha ideia era até só servir iscas com vinho do Porto como um petisco para qualquer hora do dia», referiu Catarina.

Felizmente, o potencial do espaço onde dantes funcionara a casa de chá Violetas à Janela (cujos chás mantiveram), acabou por trazer toda a família para a cozinha do Barriga Negra. Bola de alheira com grelos, frango de fricassé da vovó, fritada de enchidos, bochechas de porco à pai, polvo à nossa moda, rissóis da Nandinha, iscas (pataniscas no sul) de bacalhau da mãe – é assim que se apresentam os nomes dos pratos, que se dividem em petisquinhos, companhias, docinhos e bebidas. Nas companhias, há apenas quatro coisas: batatas fritas, arroz de feijão com grelos, misto da horta (uma tempura de legumes) e salada mista com queijo da serra. Novamente, tudo receitas familiares, tal como nos doces, onde se destaca a – imperdível – sericaia da avó.

Nas bebidas, há uma seleção suficiente de Douro e Dão, a revelar produtores, e ainda duas sangrias, além de limonada caseira. Acolhedora é a comida e também o espaço, com cozinha aberta onde se pode ver a sorridente Catarina a trabalhar, e com o seu cenário de sala de jantar de família, e a sua imensa luz natural permite ver o movimento da rua sem realmente o sentir.

 

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

 

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