Os queijos do mundo chegaram a loja de Guimarães

Uma ovelha negra dá as boas vindas a quem passa à porta da pequena loja no centro de Guimarães. Lá dentro, um ex-gestor que virou queijeiro vende queijos de todo o mundo.

É uma das lojas mais recentes – e mais singulares – do centro histórico vimaranense, na Alameda de São Dâmaso, e abriu porque Nuno Alves, formado em Gestão, decidiu mudar de vida e tornar-se queijeiro. Foi em 2014 que, agarrado a esta ideia, Nuno deixou o emprego fixo e começou a sua pesquisa. Passou por vários países da Europa como Inglaterra, França e Espanha. «A minha formação deu-me algumas bases para abrir este negócio. Depois, com a passagem por queijarias internacionais, aprendi a dominar a técnica da maturação, a affinage, que procura o equilíbrio entre o sabor, a textura e o aroma de cada queijo», explica o empresário de 39 anos, natural de Famalicão.

Mesmo à entrada da cheese shop, o espanhol Divirín, que parece coberto por uma camada de bolor, destaca-se com o seu formato tosco. O Gouda de Amesterdão, por exemplo, tem dois anos de cura e o Comté, de França, 18 meses. É à Neal’s Yard Dairy, uma loja artesanal londrina, que produz queijo desde 1979, que Nuno vai buscar o Cheddar Montgomery’s e o azul Blue Stilton, o mais vendido na Rota do Queijo. «A Neal’s é uma marca reconhecida internacionalmente e de qualidade inquestionável», justifica.

Aqui também há espaço para artigos nacionais, como os queijos das ilhas do Pico e Graciosa, nos Açores, com dois e três meses de cura, respetivamente. Com denominação de origem protegida (DOP),encontra-se ali o Queijo Amarelo da Beira Baixa. Já a Serra da Estrela está representada, entre outros, por um DOP com 45 dias de cura. O Camembert de cabra, com vinho alvarinho, é feito em Melgaço. Para dar responder às novas tendências, a queijaria tem também um Gouda biológico, do Alentejo. «São produtos que dificilmente se encontram nos supermercados. Tenho clientes de Lisboa e de Cascais que, quando vêm ao Norte, fazem questão de passar aqui», assinala o queijeiro.

Numa das paredes, estão colocadas prateleiras iguais às utilizadas para curar o queijo, onde estão expostas bilhas de leite, compotas caseiras e cutelaria italiana e holandesa, para servir e preparar queijo. Foi ainda criada uma pequena biblioteca com livros dedicados à confeção e aos diferentes tipos de queijo. E para quem quer provar, há doce de pêra e tostas no balcão. Também se encontram, em pequenas quantidades, enchidos italianos, como o presunto e o chouriço. Em breve, Nuno vai começar a vender vinho do Douro e do Dão, servido a copo, e a servir tábuas de petiscos.

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