Já lá vão quase quarenta anos desde que a Pérola da Mourisca abriu portas, neste pequeno aglomerado de casas conhecido por Mourisca, situado junto à herdade com o mesmo nome, famosa pelo Moinho de Maré seiscentista e pelo imenso estuário do Sado que se espraia à sua frente. Começou por ser um café com minimercado, depressa se tornou famoso pelos petiscos, confecionados por Maria dos Anjos, mãe dos atuais proprietários, Amândio e Miguel Almeida, que há alguns anos converteram o espaço num restaurante e cervejaria, mantendo-lhe não só o nome como também o espírito original. Afinal, foram os petiscos que construíram a reputação da casa e são eles que, todos os dias, continuam a atrair à aldeia uma pequena multidão de comensais.
Na mesa já estão à espera um cesto do pão do Faralhão (cozido em forno a lenha, como manda o preceito) e um pratinho de manteiga de ovelha, que servem para entreter enquanto não vem o resto – que é muito. Chegam os primeiros petiscos: pimentos recheados com sapateira e ovos estrelados de codorniz no pão, dois dos petiscos com mais saída. Seguem-se uma morcela com queijo de cabra, mel e doce de tomate, mais uns camarões fritos e, claro, uma pequena travessa das afamadas ostras do Sado. A ementa de petiscos é extensa, mas se mesmo assim ainda for necessário algo de mais substancial, pode-se sempre optar pelos pratos do dia, como o arroz de lingueirão, o pernil assado no forno ou o pregado frito com açorda de ova, também eles baseados nos produtos mais típicos desta região, onde os sabores do interior alentejano se encontram com os ingredientes únicos do estuário do Sado.
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