O novo restaurante de Lisboa é uma fusão de sabores africanos

Mário Cajada soube deste espaço na Avenida D. Carlos I através de amigos comuns com o músico angolano Paulo Flores. Nasceu assim o Mestizo, dedicado aos sabores e à cultura latino-africanos.

No início a ideia era ajudar o cantor natural de Luanda com o seu restaurante, que havia sucedido à Casa do México, mas Mário Cajada acabou por ver uma oportunidade de negócio diferente — porque, pese a dificuldade em estacionar, é uma zona jovem da cidade em franca evolução e com cada vez mais oferta nesta área. Pensou num conceito em que a fusão de sabores africanos e latinos, passando por países como Angola, Brasil, Jamaica, Cuba, Chile e São Tomé e Príncipe, se estendesse da mesa e decoração à música e à arte. Daí a escolha do nome Mestizo, aliviado de qualquer carga negativa ou de exclusão, pois a intenção é que todos se sintam bem-vindos e que, sem olhar à origem ou à cor, encontrem algo em comum.

A mesma diversidade está desde logo na equipa, que transitou na sua maioria de outras unidades do grupo, com várias nacionalidades, nas várias obras expostas na sala (que irão mudar de tempos a tempos) e terá uma expressão maior nos concertos de música ao vivo nas noites de quinta, sexta e sábado (e cuja agenda promete não só cabeças de cartaz como Tito Paris ou os Calema como também outros menos conhecidos do grande público). Aberto apenas para jantares, pelo menos numa fase inicial até setembro, o Mestizo possui uma iluminação intimista, que lembra um clube, com inúmeros apontamentos que nos remetem para uma certa tropicalidade (só q.b.) e servem de aperitivo à carta.

Nas bebidas, e dada a pouca expressão dos vinhos em alguns destes países, a escolha é cem por cento nacional, mas há cocktails à base de rum envelhecido, cachaça e tequila ou ainda café de balão onde, para começar, a origem recaiu em Angola, Etiópia, São Tomé e Brasil. A cozinha apoia-se em receitas tradicionais dos vários países só que adaptadas a um paladar mais consensual, sem comprometer a essência, e com um cuidado maior na sua apresentação. Em especial no que toca ao picante.

Mário, com origens africanas, fez questão de incluir receitas da sua mãe, como os rissóis de camarão com gindungo ou a muamba de Ginguba, mas há igualmente opções como salada de caranguejo, ceviche, atum braseado com puré de aipo e funcho (outra contribuição nacional), cachupa, xacuti de borrego ou picanha maturada. À frente de cada prato a sua origem, para facilitar a escolha, além de pratos criados pela casa, os mestiços, que resultam de diferentes influências. Porque lá está, nunca é demais dizê-lo, a mestiçagem é aqui sinónimo de plural. De acrescentar.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.




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