Mendi: a cozinha indiana mais antiga do Porto

O restaurante indiano mais antigo da cidade completou, a 5 de fevereiro, 20 anos de portas abertas. Hoje, como em 1997, continua a conquistar clientes. Pela riqueza de sabores, pelo ambiente, pelo atendimento.

Quando abriu portas, vários amigos lhe disseram que estava louco. O Porto não vivia a euforia dos dias de hoje e a diversidade não era uma imagem de marca. A aposta cedo demonstrou ser acertada. «Abrimos numa quarta-feira e na sexta tínhamos a casa completamente cheia», conta o afável Kamal Rajani, mentor e face visível do primeiro restaurante indiano da cidade.

Duas décadas passadas, o Mendi continua a conquistar adeptos e o mais acertado é mesmo reservar mesa, especialmente à noite e ao fim de semana (dica útil: o estacionamento é gratuito no parque do hotel Sheraton). Entre a muita clientela fiel, estão também, conta Kamal, «os poucos indianos que comem fora».

As paredes em vermelho ocre e a decoração marcadamente indiana tornam o sítio acolhedor, simples mas com toques de requinte e exotismo. É neste cenário, com um suavíssimo odor a incenso, que é servido o longo desfile de pratos da cozinha do Nordeste da Índia, confecionados desde o dia da abertura pelas mãos de Tej Ram, o principal cozinheiro, e servidos às mesas por Kamal, a mulher e as duas filhas. A máxima dos Rajani: «As pessoas que vêm cá têm de sentir que estão em casa», algo que esta família de invulgar simpatia atinge sem esforço aparente.

Para os mais receosos, a ementa avisa desde logo que «comida condimentada não é necessariamente picante»

Ao almoço há sempre dois pratos do dia, incluindo uma opção vegetariana, mas não faltam outros apelativos à lista, cujos grelhados e pães são feitos no tandoor (um forno alto, de argila, aquecido a carvão). Para os mais receosos, a ementa avisa desde logo que «comida condimentada não é necessariamente picante». No domínio das entradas podemos encontrar pakora, legumes fritos em polme de farinha de grão, bhaji, cebola ralada, condimentada, ligeiramente frita, chamuças, de carne ou vegetarianas. Nos pratos principais, murgh tandoori, um grelhado de frango marinado em ervas e iogurte, grelhado no tandoor, palak paneer, cubos de queijo fresco caseiro, espinafres, condimentos e natas, sheekh kabab, espetada de borrego picado com coentros e especiarias, grelhado no tandoor, ou jhinga masaledar, camarão cozinhado no molho de especiarias e legumes, para citar alguns. Entre os acompanhamentos, o fundamental pão naan e o multicolorido arroz pulao.

Para beber, sem fugir ao assunto, está lá o mango lassi, um batido de iogurte e manga. E entre as sobremesas contam-se o kulfi, gelado típico indiano, com amêndoas, cardamomo e pistácio, e os gulab jambu, bolinhos de leite em pó em calda de açúcar.

E o que é, afinal, mendi? A explicação está na ementa: é esse o nome dado aos desenhos a hena usados pelas mulheres indianas nos pés e mãos. Uma «simples, mas elegante, forma de adorno», lê-se, «vista com mais frequência em ocasiões auspiciosas, usada por jovens mulheres», para quem «significa boa sorte, pureza e alegria». Um nome mais do que adequado para o venturoso negócio da família Rajani.

Leia também a crítica de Fernando Melo ao Mendi.

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