Infame: o novo restaurante à esquina do Intendente

Está integrado no novo 1908 Lisboa Hotel e tem à frente da cozinha o chef Nuno Bandeira de Lima.

Não é preciso ser um entendido em História de Portugal para somar um mais um e adivinhar o porquê de se chamar infame. Por demasiado tempo, a esquina agora ocupada pelo restaurante aberto há cerca de um mês — e que é parte do novo 1908 Lisboa Hotel, instalado num edifício do início do século XX distinguido com o Prémio Valmor — viveu mergulhada na boémia e na prostituição, dando justificada má fama a toda a zona do Intendente. Menos conhecido é, porventura, um episódio associado ao regicídio, em que a Rainha D. Amélia, brandindo um ramo de flores, terá chamado infames aos assassinos do seu marido e filho.

O passado não foi renegado. Pelo contrário, foi assumido pela empresa proprietária, Vila de Santana, que, em colaboração com Sizz Design, resolveu manter não só os elementos industriais e naturalistas, tão característicos da Arte Nova, como também ter referências artísticas a esses factos. Os nichos criados pelos Irmãos Marques, os individuais em papel ou até mesmo as indicações explicitamente gráficas para o WC ajudam a compor a personalidade do espaço. Com 108 lugares sentados, distribuídos por um piso térreo e um mezanino, o Infame, contíguo ao bar 1908 e com serviço de esplanada, está pensado para atender públicos e necessidades distintas, a diferentes horas do dia.

Do Mi Dai, restaurante chinês na Mouraria, Nuno Lima trouxe a inspiração para criar um dos pratos vegetarianos da carta, a Pasta Valmor, cuja base é uma massa de arroz

Nuno Bandeira de Lima (ex-The Insólito) não era totalmente estranho à vizinhança, mas os meses de pré-abertura permitiram-lhe explorar o pequeno mundo de influências gastronómicas que é a Mouraria. Do Mi Dai, chinês, trouxe, por exemplo, a inspiração para criar um dos pratos vegetarianos com mais saída, a Pasta Valmor, cuja base é uma massa de arroz. Há mais. Do Japão ao Bangladesh, sobretudo ao nível das guarnições, ele deixou-se contagiar, mas faz questão que a proteína (porco, bacalhau, borrego…) seja o mais possível portuguesa.

Até ver, além da pasta, levam vantagem na carta as pakoras (bolinhos de vegetais fritos com maionese de togarashi, um tempero japonês), o atum servido com abacate, papaia verde e cevada, o bife da vazia grelhado com batatas a dois tempos, a bomba de chocolate (com merengue de laranja) ou ainda, outro doce, o parfait japonês (matcha com gelado de líchia e crocante de chá verde). Entretanto, e enquanto não arranca o brunch de fim de semana, o Infame abriu o seu pequeno-almoço (15 euros) a quem não está hospedado no hotel. Porque aquela esquina vai voltar a andar nas bocas do mundo. Ao almoço, há menu executivo e das 15h00 às 22h00 serve-se snacks como o hambúrguer de black angus ou uma sandes de pato e porco confitados com picles de maçã verde.

Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.

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