As bolas de Lamego chegaram à Avenida da Boavista

A celebrada Pastelaria da Sé, de Lamego, abriu uma sucursal junto à Casa da Música, em finais de 2016. O nome não esconde segredo: na Casa das Bôlas vende-se o tradicional «pão» recheado transmontano e doces conventuais

A fama das bolas de Lamego nasceu na Pastelaria da Sé, que abriu na Boavista, no Porto, uma filial dessa casa-mãe. «Em Trás-os-Montes, toda a gente faz bôlas, mas a bôla que as pessoas reconhecem como sendo de Lamego é a nossa: de massa fininha, massa de pão, que não é folhada mas é folhadinha, e que fica húmida do recheio», descreve Guilhermina Pereira, segunda geração de um negócio familiar com cinquenta anos. Cujo nome, reconhecido e registado, foi posto pelos clientes, sobre o original Pastelaria da Sé.

As bôlas mais carismáticas são a «da casa», com presunto e fiambre, a de sardinha (hoje de conserva, outrora de barrica), a de bacalhau e a de carne em vinho e alhos. Depois há ainda a de presunto e salpicão, a de queijo e fiambre, a de frango e a vegetariana, a mais recente e que nasceu por sugestão de um cliente. É possível pedi-las à fatia (a partir de 1,60 euros), para comer sentado à mesa, ou à unidade ou meia unidade, para levar (5,50 euros e 10 euros, respetivamente). A bôla original, só de presunto, é feita apenas por encomenda, por ser «muito forte» e não agradar a qualquer palato. «Lembro-me de o meu pai e a minha mãe contarem que iam pelas aldeias, de porta em porta, buscar os presuntos que as pessoas punham a demolhar na água do rio», recorda Guilhermina.

O outro chamariz da casa são os doces conventuais, cujas receitas Maria da Conceição, mãe de Guilhermina, salvou do esquecimento: os peixinhos de chila, as gradinhas do donvento, os lusitanos, os barquinhos de Santa Clara, os sidónios de amêndoa, os lamegos e os morgadinhos de chila (a partir de 1,20 euros). «Apesar de não ter bases de cozinha, a nossa mãe sempre foi muito curiosa e foi recolhendo estas receitas aqui e ali. São doces que não se encontram em nenhum outro sítio, seja no Porto, seja em Lamego», sublinha Guilhermina, que gere o negócio de família com as duas irmãs.

As bolas de Berlim, com creme artesanal, os biscoitos, como as guidinhas ou os alvarinhos, o pão de ló caiado, o bolo de azeite e os espumantes Raposeira completam a oferta de um espaço destinado a vender sobretudo para fora, mas que também convida a ficar para um almoço ligeiro ou um lanche especial.

Inspirados na casa-mãe, que «quando abriu fazia lembrar uma leitaria», os interiores, com assinatura dos arquitetos Orlando Guimarães e João Meira, foram buscar o verde da Pastelaria da Sé e resgataram «objetos sentimentais» como a primeira máquina registadora da casa de Lamego ou as duas talhas de grés outrora usadas para guardar as frutas cristalizadas para o bolo-rei.

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