Depois de passar pelo Tavares Rico, Gusto by Heinz Beck ou Tabik, Hugo Dias de Castro tem na Casa de Pasto, do grupo Mainside (responsável igualmente pela LX Factory e por casas como a Pensão Amor), a sua primeira grande prova de fogo enquanto chef executivo. O espaço no Cais do Sodré, muito frequentado por estrangeiros, mas com boa adesão de locais sobretudo nas noites de sexta e sábado, manteve inalterada a decoração assumidamente kitsch e uma parte da carta.
A marca de Hugo está lá, nas receitas em que procura resgatar a infância passada em Guimarães — onde se estreou na cozinha com a cumplicidade de uma avó —; ainda assim, ele é o primeiro a admitir ser a fórmula «nas mãos do chef», disponível ao almoço e ao jantar por 25 euros por pessoa (inclui sopa, três entradas e tacho), aquela que lhe permite maior liberdade criativa. O menu, pensado para a partilha, muda consoante os frescos fornecidos diariamente pelo vizinho Mercado da Ribeira — ficar nas mãos do chef quer dizer isso mesmo.
No dia em que estivemos na Casa de Pasto, coube-nos em sorte um belíssimo caldo de legumes, muito marcado pelo grão. Seguiram-se três entradas, qual delas a melhor, como ovo a baixa temperatura com espargos e presunto, combinação certeira, tentáculos de polvo muito tenros envolvidos numa salsa verde, o que confere ao prato um toque de frescura interessante (e inesperado), e açorda de lagostim, apaladada como se quer. O prato principal veio servido no tacho, figura que associamos em Portugal a comida de conforto, e a verdade é que o arroz de tamboril não desiludiu. A sobremesa não faz parte deste pacote, mas caso precise adoçar a boca, opte por uma da nova carta, mais fresca, que junta num só pote caramelo, chantilly de baunilha, abacaxi e pedaços de biscoito.
Algo está a fazer com que o sistema não consiga mostrar a ficha ténica desejada. Pedimos desculpa pelo incómodo.Leia também:
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