Foi há 152 anos que saíram os primeiros ananases dos Açores para exportação, pouco tempo depois de terem chegado da América do Sul, mérito da sua beleza: iam ser usados como plantas ornamentais nas casas ricas da ilha de São Miguel. Pouco demorou até se perceber que era um fruto, e dos bons. Em 1848, um artigo no jornal O Agricultor Micaelense descrevia o ananás como «hino perfumado da terra ao seu criador», sugerindo o seu cultivo para venda.
Na altura, com a cultura da laranja em decadência e a procura de alternativas (como também foram o chá e o tabaco), assim foi. Na Fajã de Baixo, freguesia de Ponta Delgada que é considerada a capital do ananás dos Açores, por sedear grande parte da produção (que também existe noutras partes da ilha), pode-se visitar das estufas mais antigas às mais recentes, todas elas com entrada gratuita.
É um passeio quase obrigatório a dar em São Miguel, por ser surpreendente para quem apenas conhece o ananás da prateleira do supermercado. Ele brota do chão, como as flores, e demora cerca de 18 meses a ficar pronto para ser colhido. Nas estufas de vidro, podem ver-se ananases em todos os estágios de crescimento, e aprender como é que a operação do fumo, que se fazia para afastar as pragas, acabou por ser essencial na floração do ananás. Esta rota pode começar na mais antiga quinta de ananases dos Açores, a Augusto Arruda, e passar no Centro Interpretativo, que abriu no verão do ano passado. E terminar com a boca doce de ananás.
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