Uma viagem de carro de Aljezur a Alcoutim pelo Algarve interior

No verão todas as estradas vão dar ao sul, ao Algarve, mas muitos dos portugueses insistem em ignorar o Algarve interior. Pegue no carro e corra as estradas nacionais numa road trip inesquecível pelo sul de Portugal.

No verão todas as estradas vão dar ao sul, ao Algarve, mas muitos dos portugueses insistem em ignorar o Algarve interior, como nada mais houvesse na região para além do mar. E interior talvez seja uma força de expressão, até porque desde Monchique a Portimão, por exemplo, vão uns singelos 26 quilómetros de distância. Dá para almoçar na serra e tomar café na praia, se for caso disso. Ainda assim, esta rota abdica do mar.

Começa perto da água, na verdade, junto a Aljezur, terra da batata doce – vale a pena uma passagem pelo Museu da Batata Doce, no Rogil, com empadas, bolos, biscoitos, licores e uma série de petiscos à volta deste tubérculo tão feio quanto rico – e segue depois pela N-267 até Monchique. Uma ida à Villa Termal pode e deve contar do itinerário – o único spa termal do Algarve e sul do país, conhecido pelas suas águas alcalinas, bicarbonatos, ricas em flúor – tal como um salto na loja de Loja do Mel e do Medronho, bem no centro da vila.

Afinal Monchique é capital portuguesa da aguardente de medronho, com dezenas de destilarias e pequenos produtores. Antes de lá chegar convém, contudo, estar atento para não deixar passar A Tasca do Petrol. Uma antiga mercearia que acende o forno a lenda longo de manhã e traz para a mesa banha vermelha com picos de carne, morcela preta, grão com massa, papas de milho e muitos outros petiscos e pratos algarvios (quase) caídos em desuso. Um restaurante regional é isto.

Que estrada seguir agora? Não uma estrada obrigatória, desde que se siga pelo interior, com passagem ou paragens mais ou menos prolongadas por Alte, São Brás de Alportel – vale a pena estacionar o carro e ficar alojado no Farmhouse of The Palms, um dos melhores bed & breakfast do país – o barrocal algarvio e a Serra do Caldeirão e Alcoutim, já com cheiro a Alentejo e vista para Espanha. Um outro Algarve, mais lento, mais terra a terra, mais português.

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