A pé, nos Açores, pela ilha das fajãs

É do cimo da serra do Topo, a cerca de 700 metros de altitude, que tem início um dos mais belos trilhos da ilha de São Jorge, nos Açores.

Também chamada de ilha das Fajãs, São Jorge conta com mais de 70 destes acidentes geográficos, criados a partir de abatimentos da falésia ou de escoadas lávicas, que as populações transformaram em pomares e campos de cultivo.

Uma das mais bonitas – e talvez a mais conhecida de toda a ilha – é a Fajã de Santo Cristo, ponto central daquele que é o mais famoso circuito pedestre em São Jorge. Tem início na serra do Topo, de onde se desce através de íngremes pastagens e paisagens naturais únicas, com passagem por diversas cascatas de água cristalina, como a da Fajã da Caldeira de Cima, que convidam a um refrescante mergulho.

Sem acesso a automóveis, o único modo para chegar à Fajã de Santo Cristo é de barco ou a pé, e quem hoje chega a este lugar remoto dificilmente imaginará que já foi um dos mais importantes da ilha, com uma população de 200 habitantes. Depois do grande sismo de 1980, a maioria dos habitantes acabou por fixar residência noutros pontos da ilha. Esta fajã distingue-se das restantes por ter uma lagoa de água salobra e sujeita às marés, onde são criadas as famosas amêijoas. Uma raridade em ilhas vulcânicas oceânicas, que permitiu criar um ecossistema único de elevada biodiversidade, classificado como reserva natural e sítio de importância internacional.

O percurso continua sempre junto à costa, com passagem pelas fajãs dos Tijolos e do Belo, terminando na Fajã dos Cubres, uma das mais bem preservadas da ilha. Ao todo são cerca de 10 quilómetros, num trilho de dificuldade média, que exige algum cuidado e boa forma física.

Web: http://parquesnaturais.azores.gov.pt/pt/




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